Criado na faculdade de direito da Universidade de Brasília (UnB), o projeto Corpolítica surgiu depois da mobilização de alunos preocupados com atos homofóbicos dentro do Centro Acadêmico do curso de direito em 2014. A intenção dos estudantes era formar um grupo que pautasse a temática LGBT no espaço da universidade. ;Buscamos unir representatividades de cada sigla, além de ter como princípio básico a interseccionalidade, ou seja, sempre lidar com os temas de raça, classe e território junto ao de gênero e sexualidade;, conta Rebecca Religare, uma das integrantes do projeto.
Com o passar do tempo, o grupo começou a ganhar visibilidade na universidade e atraiu alunos de outros cursos e secundaristas. Esse ano o grupo virou projeto de extensão que, além de atuar no câmpus, realiza atividades nas regiões marginalizadas do Distrito Federal. ;Muitos de nossos integrantes são de regiões administrativas periféricas. Eles indicaram que seria essencial levarmos nossas discussões para espaços de periferia, para que pessoas de lá pudessem contribuir com suas experiências;,afirma Rebecca.
A ideia de levar o projeto para as regiões mais pobres do DF surgiu a partir da observação feita pelos membros da Corpolítica de que a produção cultural nessas áreas era muito forte e expressiva. Como a intenção de um projeto de extensão universitária é unir a pesquisa e a prática, as atividades propostas pelo grupo unem as duas coisas. Neste ano, o foco são as Ceilândia, no primeiro semestre, e São Sebastião, na segunda metade do ano, ambas cidades que têm forte produção artística no DF.