Ao se apresentar na noite deste sábado (2/4) em Brasília, Djavan pôde perceber que sua popularidade aqui continua intacta. Mais de três mil pessoas lotaram o Auditório Master do Centro de Convenções Ulysses Guimarães para assistir a Vidas pra contar, show comemorativo dos 40 anos de carreira do cantor e compositor alagoano.
Nem mesmo o atraso para o início da apresentação ; marcada para as 22h, só começou 40 minutos depois e as pessoas já aguardavam há mais tempo, do lado de fora do auditório ; diminuiu o entusiasmo do público, formado basicamente por pessoas adultas, embora houvesse a presença de jovens na plateia.
Canções do novo disco, lançado em novembro último, como Encontrar-te, Não é um bolero e Dona do horizonte, incluídas no repertório do espetáculo, claramente ainda não foram bem assimiladas. Antes de cantar Dona do horizonte, que compôs para homenagear a mãe, Djavan comentou: "Foi ela quem me mostrou que a música poderia ser o meu caminho."
Os aplausos mais calorosos, porém, foram para o clássicos da obra do artista, entre os quais Flor de lis, Fato consumado, Te devoro e, claro, Linha do Equador, que faz referência à cidade no verso: ;Céu de Brasília/ Traço do arquiteto/ Gosto tanto dela assim;.
Bem solto, Djavan se movimentou bastante em cena, inclusive fazendo passinhos de dança vez por outra. No momento acústico do show, ao lado do violonista João Castilho, ele interpretou Açaí e Pétala. Na maior parte do show, porém, teve a acompanhá-lo uma banda de muito suingue, formada por, entre outros, o tecladista Paulo Calazans, o baixista Marcelo Mariano e o flautista e saxofonista Marcelo Martins.
Durante toda a apresentação conviveu com gritos de ;lindo; e outros arroubos de admiradores. Uma delas insistia, aos berros, ;quero fazer uma foto com você;. Diante de tanta manifestação de carinho Djavan se empolgou e alongou o bis. Aí já com parte da plateia de pé em frente ao palco fazendo selfs sem parar, enquanto, em clima de delírio, ouvia Azul, Lilás, Sina e Um amor puro. Antes de sair de cena, o cantor tocou nas mãos estendidas, que queriam tocá-lo.
Na saída do auditório, os fãs ainda sob o impacto do show emitiam comentários. Para a psicóloga Eline Bertolusse, que estava acompanhada pelo marido, "foi um prazer muito grande assistir à apresentação desse grande artista brasileiro. Eu me emocionei em vários momentos, mas principalmente quando ele interpretou Linha do Equador, que fala de nossa Brasília".
Já o universitário Marcos Felipe, estudante da faculdade de recursos humanos, destacou, a voz do cantor e a qualidade da banda. "Não conhecia as músicas novas, mas algumas delas são bem interessantes. Voltar a ouvir Djavan cantar ao vivo Açaí, Sina e Lilás foi um privilégio".