A Pedra do Sal, perto do Largo da Prainha, é um monumento histórico e religioso, localizado no bairro da Saúde, no centro do Rio de Janeiro. O local acolhe hoje uma comunidade remanescente de quilombos, chamada de Pequena África, que tornou-se um bem cultural afro-brasileiro. Antes, existia ali o terreiro de candomblé João Alabá, ponto de convivência das tias baianas Perciliana, Bibiana e Ciata. Historicamente, foi nas reuniões promovidas na casa de Tia Ciata, na Praça Onze, que surgiu o samba. Frequentadores do lugar, Donga, João da Baiana, Pixinguinha e Heitor dos Prazeres, formavam o núcleo de criadores do mais popular e representativo gênero da música popular brasileira. Eles eram participantes das primeiras rodas de samba, que ocorriam, justamente, na lendária Pedra do Sal, tombada em 1984 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural.
Reuniões propícias para a divulgação do trabalho de compositores, troca de informações musicais e encontro de cantores e instrumentistas, as rodas do samba, ao longo do tempo, se proliferaram por bairros e subúrbios do Rio, e transformaram-se numa tradição ; importada depois para outras regiões do país, inclusive Brasília, onde chegaram trazidas por servidores públicos cariocas, no começo da década de 1960.
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No Rio, segundo o cantor, compositor e pesquisador Alfredo Del-Penho é incalculável o número de polos de samba ; da Barra da Tijuca a Madureira, de Copacabana a Olaria, da Lapa a Vila Isabel. Ele faz parte do grupo de sambistas que contribuíram decisivamente para a revitalização da Lapa, ocupando com rodas de samba bares e casas noturnas como Carioca da Gema, Rio Scenarium, Clube Democrático e Semente.
Foi no Semente, no ano passado, que Alfredo dividiu o palco com Chico Buarque, numa comentadíssima canja em show do violonista Zé Paulo Becker, do Trio Madeira Brasil. ;Costumo participar de várias rodas de samba e dar canja em outras. Vou com mais frequência nos bares da Lapa, no Trapiche Gamboa, no Bip Bip, em Copacabana. Lá conheci Pedro Paulo Malta, com quem gravei o CD Dois bicudos;, conta. ;Outra roda famosa e muito frequentada é a do Candongueiro, em Niterói, onde lancei Samba sujo, meu CD mais recente;, acrescenta.
Programa obrigatório de cariocas e turistas, às segundas-feiras, é o Samba do Trabalhador, que há 11 anos Moacyr Luz comanda no Clube Renascença, no Andaraí (vizinho de Vila Isabel). ;Essa nossa roda de samba, tem como objetivo principal reunir, para uma confraternização, músicos que trabalham nos outros dias da semana;, explica o cantor e compositor.
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