Baiano Roque Ferreira se apresenta hoje no Teatro da Caixa

O show faz parte do projeto da Caixa Cultural sobre o gênero mais popular da cultura brasileira

Irlam Rocha Lima

postado em 13/04/2016 07:00

Guriatã, fado inspirado em Juca Mulato, poema de Menotti del Picchia, foi a primeira composição de Roque Ferreira, considerado um mestre do samba de roda. Embora os orixás, divindades do culto afro-brasileiro, sejam frequentemente reverenciados nas letras de suas canções, ele afirma que nunca pôs os pés num terreiro de candomblé.

Estudioso dessa religião há 40 anos, ele vê total similitude entre o toque alabês, ouvido no candomblé, e a batida do samba. ;No século 18. o batuque chegou à Bahia, trazido de Angola, pelos escravos africanos, e aqui teve contato com a cultura europeia exportada pelos portugueses colonialistas, dando origem ao samba;, destaca Roque que hoje, às 20h, se apresenta no Teatro da Caixa, pelo projeto Samba de Bamba.

Mesmo sendo, igualmente, derivado de raízes africanas, o samba criado no Rio de Janeiro pelos pioneiros Donga, João da Baiana, Pixinguinha e Heitor dos Prazeres, tem características diferentes do samba de roda, surgido no Recôncavo Baiano, em cidades como Candeias, São Félix, Santo Amaro e Nazaré das Farinhas ; terra natal de Roque.

Na primeira infância, porém, ele foi morar com a família em Salvador. Lá, adolescente, começou a compor. ;Minha música basicamente tem a ver com o candomblé. Canto os orixás o tempo todo, mas minhas referências são bem misturadas. Vêm do rádio da casa dos meus pais e do serviço de alto-falante do Curuzu (bairro da Liberdade), em que eu ouvia Orlando Silva, Nelson Gonçalves, Dalva de Oliveira e Dircinha Batista, e do samba de roda que trazia na memória. Tinha esse amálgama, essa musicalidade em mim;, revela.

O show desta noite no Teatro da Caixa é basicamente o mesmo visto pelos paranaenses no último dia 5. Água da minha sede, Oxossi, Pro amor render e Samba pras moças são alguns dos sambas que Roque vai cantar, acompanhado por Paulinho Dafine (violão e viola) e Dudu Reis (cavaquinho), Marcelo e Iuri (percussão). Rodrigo Browne, o produtor do projeto, deve convidar acordeonista, clarinetista e violonista brasilienses para complementar a banda.

Samba de Bamba

Show do compositor e cantor baiano e banda hoje, às 20h, no Teatro da Caixa (Setor Bancário Sul).

Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia).
Não recomendado para menores de 12 anos.

Informações: 3206-6456.

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