Diversão e Arte

Brasilienses se esforçam para aumentar reconhecimento feminino na poesia

O Leia poetisas foi criado para fortalecer a cena poética feminina

Isabella de Andrade - Especial para o Correio
postado em 18/04/2016 07:34
Marina Mara se denomina poeta: poetisa foi criado para ser diminutivo
Enquanto as curvas de Brasília transformam a cidade em lugar de grande inspiração artística, mulheres brasilienses lutam pelo espaço no universo literário para escrever e distribuir seus versos. Projetos como o Leia mulheres se espalham na tentativa de ampliar o reconhecimento feminino na literatura. A extensão Leia poetisas terá a primeira edição brasiliense, em 30 de abril, com o objetivo de levar aos leitores a criação, muitas vezes marginalizada, da poesia feminina em todo o país.

Patrícia Colmeneto, uma das criadoras do projeto, acredita que facilitar esse acesso e possibilitar que o público conheça os trabalhos é um passo importantíssimo para quebrar o estigma de que a poesia, por brincar com as palavras e a linguagem, não é acessível ou fácil de ser lida por todos. O objetivo é ampliar o acesso ao trabalho de poetas em cada cidade, como as criações das autoras brasilienses Noélia Ribeiro, Seira Beira, Marina Mara, Juliana Motter, Manuela Castelo Branco, entre tantas outras.

[SAIBAMAIS]O Leia poetisas foi criado para fortalecer a cena poética e escolheu esse nome para deixar claro que o grupo de leitura e debates seria focado na produção feita por mulheres. Colmeneto acredita que esse tipo de projeto é importantíssimo para equilibrar as estatísticas entre homens e mulheres na literatura e lembra que esse é um problema histórico, já que elas foram por muito tempo proibidas de escrever.

;Esses projetos são fundamentais, talvez agora com todas essas discussões sobre direitos humanos e feminismo, haja uma abertura um pouco maior, mas isso ainda tem que ser reforçado. O mercado editorial é complicado, é importante fomentar essa leitura e incentivar que as mulheres publiquem, seja na internet, em editoras independentes, em ebooks ou zines. É um trabalho de formiguinha, mas tem que acontecer;, declara a escritora e produtora.

Marina Mara, importante nome da cultura e poesia brasiliense, lembra que as mulheres tiveram acesso aos estudos há menos de 100 anos, fato que influenciou que a produção literário fosse, em sua maioria, feita por homens ao longo dos anos. ;Muita coisa vem melhorando, pois esse boom do feminismo serve também para reeducar nossa sociedade acerca do papel da mulher. O termo poetisa, por exemplo, não foi criado originalmente como o feminino, mas o diminutivo de poeta. Por isso, me nomino poeta;, afirma. A autora acredita que, para incentivar a produção literária atual, deveria ser previsto como política pública a oferta de mais oportunidades para poetas e novas escritoras e ressalta que editoras independentes e editoras por demanda são um bom caminho para quem quer começar a publicar em pequenas tiragens.

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