São 40 anos na estrada, porém isso não tirou a simplicidade de Amado Batista. O cantor, que já vendeu 1 milhão de discos na época em que o feito cabia apenas ao rei Roberto Carlos, leva uma vida bastante comum, o oposto das grandes estrelas musicais. O artista pode ser visto constantemente andando de bicicleta nos arredores do condomínio onde mora em Goiás, assim como fazendo cursos em seus horários vagos na manhã.
O goiano desembarcou na capital federal para comemorar os 40 anos de carreira. O show comemorativo na boate Bamboa Brasília, no Setor Hípico Sul, se tornou o mais recente CD e DVD do cantor. ;Gravar no Distrito Federal foi uma sugestão que eu acabei acatando. O público brasiliense sempre me apoiou bastante;, conta o músico ao Correio, que esteve nas últimas semanas na região para show em Planaltina. ;Brasília é uma das capitais que me abraçou desde o início da minha carreira. Meu segundo disco (veja quadro) ficou em primeiro lugar nas paradas da capital, assim como em Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso... Foi tanto sucesso que chamou a atenção de São Paulo. As grandes gravadoras queriam saber: quem é esse tal de Amado Batista? Foi a partir daí que gravei meu disco, Semente de amor (o grande sucesso da carreira do artista);, lembra.
Diferentemente do que poderia se esperar, o novo material não revisita os clássicos da carreira, como Princesa, Meu ex-amor, Fruto do nosso amor e Folha seca. No disco, estão canções consideradas ;lado B; de sua carreira. ;Eu já gravei umas 380 músicas, então foi difícil escolher. Mas optei por 17 faixas que as pessoas gostam, mas que muitas vezes eu não canto nos shows por não ter espaço já que não posso abrir mão dos hits, senão seria um show de quatro ou cinco horas;, explica Amado. O álbum tem canções como Morro de ciúme dela, Tá com raiva de mim e Sua partida.
Além das canções que faziam parte de sua trajetória, o álbum apresenta três faixas inéditas: A pé na estrada (gravada anteriormente por Milionário & José Rico), Peão de obra e Eu sou igualzinho a você (escrita por Elias Wagner, que também fez uma participação especial no disco).
Legado
Nessas quatro décadas de caminho no mundo da música, Amado Batista não vê mudanças em seu trabalho do ponto de vista musical. ;Só muda a qualidade técnica, agora tudo é digital. Acredito que todo profissional, em qualquer profissão, vai ficando melhor com a experiência. É isso que estou colocando nesse disco;, afirma o goiano.
Quando o cantor surgiu nos anos 1970 inspirado pelos Beatles, Bee Gees, Roberto Carlos e Jovem Guarda, logo se tornou o representante da música romântica e até hoje não perdeu esse posto, apesar de a vertente ter ganhado espaço na música sertaneja com nomes como Zezé di Camargo & Luciano, Victor & Leo e Bruno & Marrone, artistas que são admirados pelo cantor. ;Eu me orgulho muito disso. No começo, gravei muita música romântica, mas o ritmo é bem versátil não precisa ser só meloso;, lembra. Amado inclusive critica a falta de ;amor; na música atual: ;A canção hoje está muito escrachada, falando sobre bebidas, coisas obscenas. você fica até sem jeito de ouvir uma música assim. É constrangedor;.
Questionado sobre a canção Farra, pinga e foguete, da dupla Bruno & Barreto, que faz uma referência a ele em um dos trechos (As luzes estão piscando/ Jukebox tocando Amado Batista/ E o pau tá quebrando), Amado acha graça. ;É um sucesso, né? (risos). Mas tem mais umas 30 músicas que falam de mim. Tem uma outra que está em primeiro lugar lá em Fortaleza, Porque foi embora (veja quadro), da dupla Luis Marcelo & Gabriel. Vejo isso como motivo de orgulho e reconhecimento dos meus 40 anos de trabalho;, define.
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