Nas muitas oportunidades que veio a Brasília, o saxofonista Léo Gandelman se apresentou em duo, trio, quarteto e com a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional. Hoje, ao retornar à cidade, para participar do projeto Solo Música, no Teatro da Caixa, pela primeira vez ele estará sozinho em cena, num recital comemorativo dos 30 anos de carreira.
;Quando recebi o convite para tomar parte desse projeto a primeira reação foi fazer uma retrospectiva da minha trajetória. Aí, cheguei à conclusão que este seria meu primeiro show solo, não só em palcos brasilienses, como em qualquer outro lugar. Sempre me apresentei ao lado de outros músicos ou de cantores, o que não deixa de ser uma curiosidade e tanto;, revela o saxofonista.
[SAIBAMAIS]
Para Léo, recital solo era um sonho antigo, ;mas também representa um desafio, não apenas para mim, mas para qualquer instrumentista. Você está ali no palco completamente exposto, e toda a atenção do público se volta para a sua performance. No meu caso, para a sonoridade do meu sax e da minha interpretação;, destaca.
Como o Solo Música é o ponto de partida das comemorações das três décadas de carreira, como solista, o músico carioca vai aproveitar para fazer uma retrospectiva, tomando como referência diferentes fases. ;Vou tocar, por exemplo, Sem destino, tema de Odete Roitman (personagem da atriz Beatriz Segal), a vilã da novela Vale tudo, que foi meu primeiro hit;, anuncia.
Léo vai lembrar, também, do álbum Solar, lançado nos anos 1990, que obteve impressionante vendagem de 100 mil cópias. A composição que deu título ao trabalho é uma parceria dele com Willian Magalhães, que era pianista e arranjador da banda Black Rio. ;O sucesso desse disco e do tema, me ajudou a consolidar a carreira;, afirma.
A fase pop do artista também será evidenciada no repertório do show, em citações de hits com a assinatura de Marina Lima, Guillherme Arantes e Paralamas do Sucesso, que tiveram o auxílio luxuoso do sax de Léo. ;Fui produtor do Virgem, um dos discos mais bem avaliados de Marina;, recorda-se sem esconder o orgulho.
Outra fase de sua trajetória da qual o instrumentista fala com entusiasmo, é a do período de seis anos que esteve radicado em Nova York. ;Fui para lá com o objetivo de ter um contato maior com o jazz, mas acabei me envolvendo com aquele universo. Cumpri várias temporadas no Blue Not, no Village, tido como templo do jazz novaiorquino. Em duas delas, tive como convidados o violonista Baden Power e o cantor Emílio Santiago;.
Merecerão, também, destaque: Ventos do Norte, CD de choros; e Sabe você, a coletânea de clássicos da MPB que teve a participação de Chico Buarque, Caetano Veloso, Milton Nascimento, Ney Matogrosso, Luis Melodia e Leny Andrade. ;Além da parte musical, propriamente, no show vou contar histórias vividas no decorrer da minha trajetória;, adianta.
Entre 2011 e 2014 apresentou programa de música instrumental na MPB FM, no Rio de Janeiro. Agora, ele tem outra ocupação. ;Desde o começo de abril, aos domingos, estou à frente do Vamos tocar, no canal BIS. Lá já recebi convidados ilustres: Ney Matogrosso, Zélia Duncan, Roberto Frejat, Hamilton de Holanda e Alcione;, festeja.
Léo Gandelman
Show do saxofonista, compositor e arranjador carioca pelo projeto Solo Música, hoje, às 20h. No Teatro da Caixa (Setor Bancário Sul). Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia). Não recomendado para menores de 12 anos. Informações: 3206-8700.