Mais uma vez, em caráter fora de competição, um filme de Woody Allen, Café society será projetado na abertura do Festival de Cannes, que chega à 69; edição, hoje. Allen, em 2002, já recebeu até o prêmio máximo, pelo conjunto da obra. Nessa nova edição, o Brasil terá muitos olhos, e figas, pela competição de um filme do pernambucano Kleber Mendonça Filho, Aquarius, estrelado por Sônia Braga. O longa mostra uma jornalista viúva, cercada de enorme arcabouço de informações, e que tem a área do apartamento assediada por uma grande construtora. O filme Aquarius tem atrativo extra para os brasilienses, uma vez que conta com a atriz candanga Maeve Jinkings no elenco. Com o curta de Daniella Cronemberger, Em defesa da família, a capital brasileira também estará em alta, integrando, com uma produção que trata de discursos de ódio contra a sexualidade alheia, a vitrine de mercado de curtas chamada de Short Film Corner.
[SAIBAMAIS]
Na principal competição, o diretor francês Alain Guiraudie ; depois do alternativo Um estranho no lago (2013) ; conduz Se mantendo firme, em torno de cineasta obrigado a cuidar de uma criança, enquanto busca inspiração para novo longa. O quesito polêmica deverá caber a Elle, do holandês Paul Vernhoeven, que, competindo na seleção oficial, coloca a diva Isabelle Huppert como a empresária do mercado de videogame disposta a perseguir o seu recente estuprador. Vale lembrar que Vernhoeven dirigiu a antológica cruzada de pernas de Instinto selvagem (1992). Outro no páreo pela Palma de Ouro em Cannes é Chan-Wook Park, diretor de Agassi, que comparece com o violento cinema, sua marca em fitas como Sede de sangue (2009) e Oldboy (2003).
Numa linha família, o veterano Ken Loach estará na França, à frente de Eu, Daniel Blake, filme do Reino Unido que demonstra dupla tendência nas fitas de Cannes: tratando da família (a abordagem da aposentadoria de um carpinteiro e de uma mãe solteira), Loach chega ao 16; ano competindo no certame em que foi premiado por Ventos da liberdade (2006). Com quase três horas de trama, Sieranevada (do romeno Cristi Puiu) mostra uma família reunida no aniversário do pai, recentemente morto. Amando é outro elencado na seleção e que trata de família. Depois de Amor bandido, o diretor Jeff Nicols coloca a atriz etíope Ruth Negga na absurda situação do ano de 1958, quando, na Virgínia, um casal foi preso por causa da união inter-racial.
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