Diversão e Arte

Autor de biografia de Cauby fala sobre dimensão do artista para a música

Rodrigo Faour conversou com o Correio sobre a trajetória do cantor

José Carlos Vieira
postado em 17/05/2016 08:51

Rodrigo Faour conversou com o Correio sobre a trajetória do cantor

Crítico musical, jornalista, produtor e historiador de música popular brasileira, autor de livros como Bastidores (a biografia de Cauby Peixoto) e Ângela Maria, Rodrigo Faour conversou com o Correio sobre a trajetória e a dimensão do artista para a música brasileira.

Qual a dimensão da perda de Cauby Peixoto para a música brasileira?


É um grande vencedor e um recordista, porque, num país com a memória tão ruim como é a da mídia brasileira, é louvável que um sujeito esteja atuando, gravando ininterruptamente há 65 anos e com prestígio. Porque a maioria dos artistas da época do Cauby morreram no ostracismo absoluto. O melhor exemplo disso, foi Marlene, a Rainha do Brasil, que morreu com 91 anos totalmente esquecida. Já Cauby, na semana retrasada, estava no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, cantando ao lado de Ângela Maria. Isso mostra o quanto ele era querido pelo público e o quanto soube se renovar para se manter o tempo todo na mídia.

Mas por que cantores como Cauby pararam de tocar em rádio? Por que esse ostracismo?


Hoje em dia, o que toca em rádio é só lixo. Tirando o pop romântico dos anos 1980, que ainda toca, a gente não ouve mais nada de qualidade no rádio. Não foi só Cauby que parou de cantar no rádio, e sim quase todos nossos grandes nomes da música brasileira. É claro que o estilão do Cauby, que é uma pessoa que vem do bel canto, com a influência lírica, para alguns ficou ultrapassado. Porém, se você ouvir alguns disco de Cauby mais recentes, você vai que o canto dele não perdeu o estilo, mas é bem menos impostado do que o jeito que cantava, por exemplo, nos anos 1960. Foi um artista que soube se renovar, não só na interpretação, como no repertório e na própria postura de palco. Muito da extravagância das roupas dele foi feita aos poucos. Nos anos 1950, não era assim. A partir dos anos 1970, ele foi incorporando novos modelos, pois percebeu que precisava se renovar.

Cauby sempre foi multifacetado, como você falou. Chegou a cantar rock...


Foi o primeiro cara que gravou rock no Brasil, depois da Nora Ney, que gravou Rock around the clock em inglês. Ele foi o primeiro a cantar um rock brasileiro, chamado Rock and roll em Copacabana (1957, de Miguel Gustavo). Mas não gostava muito de rock, achava o gênero um pouco pobre, não quis ir muito nesse rumo. Ele gravou de tudo.

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