O texto escolhido para a produção da peça a ser montada na Universidade de Brasília foi Algo que não é falado, de um dos dramaturgos mais premiados e adaptados para o cinema. O norte-americano Tenessee Williams tem entre os pontos básicos para sua criação a opressão sexual, racial e social vigente em seu país.
Os temas abordados pelo artista se expandem para as mais diversas sociedades ao redor do globo; e as questões levantadas podem ainda fomentar discussões atuais. No espetáculo brasiliense, a história contada é a de duas mulheres que estão na mesma casa há 15 anos e nunca conseguiram revelar, de maneira sincera, o que sentem uma pela outra.
Inicialmente, uma montagem acadêmica na UnB, a peça foi tão bem recebida pelos estudantes que tomou feição profissional e passou a circular por escolas públicas do Distrito Federal em 2015. A ideia de levar o espetáculo para as escolas da rede pública surgiu com o objetivo de promover e praticar a discussão a respeito da igualdade de gênero e promoção dos direitos LGBT entre alunos, professores e artistas, por meio de um programa de mediação teatral.
A diretora do espetáculo, Marina Zoé, conta que os temas levantados foram um prato cheio para ela e as duas atrizes que entram em cena. ;Creio que as dificuldades que as personagens apresentam já tenham atingido a todos ao menos uma vez. Dificuldade de se expressar, de se aceitar, de romper com os padrões, de não ligar para o que os outros vão pensar. Quando apresentamos para o público na UnB, percebemos que houve uma identificação da plateia em relação ao dilema das personagens, talvez por muitos já terem vivido coisas parecidas; afirma a diretora.
O processo criativo para encontrar a atmosfera criada por Tennessee Williams partiu, principalmente, do trabalho que segue do texto para o corpo das personagens em cena. Vale lembrar que a obra do dramaturgo costuma ser criada em uma atmosfera de cortesia dissimulada entre os personagens; e a brutalidade das relações humanas é uma constante em suas peças.
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