Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Adeilton Lima promove a poesia e a produção local nas ruas de Brasília

O poeta conta que a recepção do público era sempre uma incógnita e entre novidades e contratempos, muitas amizades foram feitas

O projeto foi iniciado em 2002, quando o poeta Adeilton Lima lançou seu CD de poesias intitulado Raízes da voz. A ideia veio após a boa experiência vivida na participação de saraus nos anos 1990 como o Conversa com Verso, coordenado pelo músico Marcio Bomfim, no Ki Filé, do saudoso Cavalcante, na quadra 405 Norte. Na época, o repertório de textos memorizados de grandes poetas já era vasto. Logo, a bagagem foi aproveitada para sair na noite e colocar o novo CD para circular na noite brasiliense. Integrante da tradicional geração de poetas brasilienses, o artista pretende incentivar a produção local e promover uma troca com o público da cidade, além de expandir o alcance do próprio trabalho.

O poeta conta que a recepção do público era sempre uma incógnita e entre novidades e contratempos, muitas amizades foram feitas. ;A poesia é essa porta aberta para o inusitado que alia o imaginário e a realidade;, afirma o autor. As formas de abordar os espectadores surpresos são sempre diversas. ;Primeiro, sinto a energia do lugar, pode ser boteco, café, bar, escola, teatro etc com ou sem um itinerário pré-definido. Posso oferecer o cardápio para que a pessoa escolha o poema que quer ouvir ou optar por uma intervenção, algo de surpresa;, conta. As duas formas costumam funcionar bem, tendo sempre em mente o respeito pelo espaço do público presente. Adeilton lembra que é necessário sempre tatear com muito cuidado, pedir licença e agradecer com gentiliza. ;Quando a porta é aberta, a poesia celebra;.

Sonho

A retomada do Cardápio literário pretende impulsionar também a venda de seu primeiro livro de poesias, Sempre diga eu te amo da boca para dentro, que será lançado em breve. Na nova publicação, que estava engavetada por alguns anos, o poeta escreve sobre sonhos, desejos, encantamentos, medo, esperança, amor e tesão. ;A escrita é sempre o exercício da reescrita, consegui ter a paciência necessária para que o livro saísse no momento certo;, afirma o artista.

Entre os espaços que o poeta pretende passar estão o Martinica, o Senhoritas e o Café do Sebinho, além da banca da Conceição de Freitas, que vende publicações brasilienses, sempre incentivando a produção da cultura local. ;Sempre estou na companhia de um sininho que carrego há quase trinta anos. Quando ele tocar, a poesia estará presente;, afirma.

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