Irlam Rocha Lima
postado em 25/05/2016 07:30
Zé Renato comemora 60 anos de vida e 40 de carreira com um projeto que propõe discutir a interação da música com outras formas de arte. Na série que vai ocupar o palco do Centro Cultural Banco do Brasil de hoje até 21 de novembro, com apresentações mensais, o cantor e compositor dialoga com personalidades ligadas a diferentes áreas, tais como teatro, futebol, culinária, literatura, política, humor, carnaval, meio ambiente, televisão e cinema.
O artista capixaba, um dos criadores do grupo vocal Boca Livre, Música %2b (nome do projeto), quer mostrar a partir com as discussões com os convidados, como todo assunto, do mais prosaico ao mais complexo, serve de matéria-prima para o surgimento de uma canção. Além de especialistas, há sempre a participação de um cantor.
Agora no fim de maio, em junho e julho, haverá dois encontros por mês, às quartas e quintas-feiras. Entre agosto e novembro, apenas um, às segundas-feiras. Em cada edição da série, o público ouvirá a apresentação de composições emblemáticas da música popular brasileira e também da internacional, que tenham em sua letra (ou na inspiração) alguma conexão com a temática abordada.
Segundo Zé Renato, que idealizou projeto e é o responsável pela curadoria, os participantes destacarão o contexto histórico e as curiosidades por trás dessas canções. Ele explica que são conversas informais entremeadas por música, havendo, inclusive, a possibilidade da participação do público nas discussões.
Hoje, às 19h30, na estreia, a atriz e cantora Soraya Ravenle e o diretor e autor Flávio Marinho abordarão a relação da MPB com o teatro. Os dois focalizarão, por exemplo, o teatro musical que vem ocupando espaço significativo nos palcos brasileiros, com textos traduzidos e criações originais. Flávio escreveu, entre outros, Cauby! Cauby, enquanto Soraia, até recentemente, era protagonista do espetáculo Todos os musicais de Chico Buarque em 90 minutos.
No encontro de amanhã, também às 19h30, o futebol, como matéria-prima para a criação musical, será o tema do bate-papo do qual tomarão parte o cantor e compositor Moacyr Luz e a jornalista esportiva Marluci Martins. ;Quis ser jogador de futebol e cheguei a treinar no Bangu e no Campo Grande. Era um zagueiro tipo Moisés, beque do Vasco das antigas, que distribuía botinadas. Sempre fui flamenguista, mas deixei de ir ao Maracanã depois da geração do Zico;, conta.
Criador do Samba do trabalhador, que há quatro anos ocorre às segundas-feiras, no Clube Renascença, na Zona Norte do Rio de Janeiro, Moa (como é chamado pelos amigos), diz que hoje em dia continua assistindo aos jogos do rubro-negro, mas, pela tevê, com a mulher Marluci. Ele é autor de Samba bom de bola, gravado por Teresa Cristina e Júnior (ex-craque do Flamengo e da Seleção Brasileira, atualmente comentarista esportivo, no CD Samba Social Clube. ;Vou cantar esse samba no CCBB de Brasília, assim como o Samba rubro-negro, de Wilson Batiista; e Um a zero, de Pixinguinha e Nelson Ângelo;, anuncia.
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