Medos compartilhados por muitos, talhados sob a ótica realista e a objetividade do entretenimento, resultaram numa virada de página para o terror, quando o diretor George A. Romero tomou de assalto um gênero relegado pela indústria do cinema. Ledo engano de quem desprezasse a capacidade do, à época, jovem diretor de A noite dos mortos-vivos, em fins dos anos de 1960, quando ele, a partir da aplicação de meros US$ 100 mil, deu vazão ao, hoje, título clássico.
Escalado para as 18h30, na programação de hoje, na mostra do CCBB George A. Romero ; A crônica social dos mortos-vivos, A noite dos mortos-vivos é emblemático e abriu infinitos caminhos para o acesso à obra do cineasta, dono de personagem no game Call of duty e fomentador de um estilo e de cenários reprocessados, à décima potência, em sucessos como a atual série The walking dead.
;Zumbis se transformaram em coqueluche, pelo fato de estarem mais próximos da gente, como possibilidade, num universo diferenciado de vampiros, lobisomens e demais monstros. A superbactéria é uma possibilidade. Em algum tempo, pelo uso indiscriminado de remédios, deixarão de agir;, observa o curador da mostra, Mário Abbade.
Até emplacar a mostra em editais, Abbade teve que enfrentar certo pouco caso com o gênero levantado por Romero: o terror. Ainda assim, na mostra cabe drama (There;s always vanilla), doses de ficção científica, em O exército do extermínio (fita de 1973, refilmada como A epidemia, em 2010).
Conceituado na cena teatral em Pittsburg e dono de veia de comunicação imediata, por se aplicar em comerciais, Romero ; celebrado até 20 de junho, no CCBB ; trouxe às telas filmes como Hungry wives (1972), em que uma mulher, com abusos domésticos, recorre à bruxaria e Zombie ; O despertar dos mortos (1978), em torno de pessoas acuadas por ataques, dentro de um shopping. Em Martin (1977), por exemplo, o diretor revela as peripécias de jovem que partilha com o público a desgraça de ser diferente, se vendo vampiro.
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