O coletivo Mulheres no Audiovisual de Pernambuco lançou, nesta quinta-feira (2), um manifesto contra o governo interino de Michel Temer. O grupo divulgou um vídeo no qual propõe ministérios formados apenas por mulheres, cis e trans, priorize os direitos humanos e seja mais representativo para o povo brasileiro.
"O presidente interino Michel Temer não nos representa, muito menos o seu ministério macho, branco e classe A", diz a postagem. O coletivo estreou um página no Facebook () que traz carta assinada por 50 participantes solicitando o engajamento das mulheres e uma revolução feminista.
No vídeo, as representantes dos ministérios apresentam propostas de políticas públicas inclusivas e para a melhoria da qualidade de vida das mulheres. As gravações foram feitas durante a Marcha das Vadias, no último sábado, no Recife.
"Se o atual e ilegítimo Governo sequer consegue fazer sua parte, faremos nós mesmas! Continuaremos ocupando as ruas até que nossos direitos sejam respeitados", acrescentam.
Leia a carta na íntegra:
"Carta Manifesto Mulheres no Audiovisual
O momento político-social brasileiro exige engajamento e luta. Não apenas pelo Golpe que sofremos, mas sobretudo pelo crescimento do fascismo em esferas diversas. A luta das Mulheres não é de hoje, nem é de ontem. Mas é indiscutível que diante do Golpe político, machista, elitista, racista e fascista, a luta se acirra. E precisa se acirrar. Repensar nossos lugares, ocupar nossos lugares, dizer ;aqui estamos;, ;não somos invisíveis;, ;respeitem nossos corpos, nossas vozes, nossas lideranças; faz-se cada vez mais urgente. Porque a igualdade ainda é um caminho a ser percorrido, buscado e ; oxalá! ; alcançado. Chegou a hora de levantar as barricadas, preparar nossas bandeiras e usar nossas armas. Todos os espaços devem se engajar nesse processo e por isso nasce a Frente ;Mulheres no Audiovisual;. Porque entendemos a força dessa linguagem e, mais do que isso, entendemos que essa luta também é nossa, como profissionais do audiovisual, abrindo e rasgando o machismo imenso que nos ronda, e como mulheres, sentindo e vivendo na pele diariamente o que nos oprime. Juntamo-nos, portanto, ao grito das ruas, àquelas que estão nessa luta há muito mais tempo, às jovens, negras, periféricas, idosas, lésbicas, mulheres e afeminadas, acreditando em nossos corpos, olhares e gritos como possibilidade de uma nova política. Acreditando cada vez mais que a revolução será feminista"
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