Quem sonha ser famoso vislumbra os prós e nem sempre imagina os contras que podem chegar com a fama. Entre os pontos mais gritantes estão a superexposição e o assédio dos fãs. Esses ;efeitos colaterais; têm feito com que alguns artistas brasileiros ganhem espaço nos noticiários por motivos que não têm a ver diretamente com seus trabalhos, lançamentos de novos materiais e fatos da vida artística em si. Um desses exemplos foi a tentativa de homicídio contra a apresentadora Ana Hickmann em um hotel em Belo Horizonte, que chocou o país.
[SAIBAMAIS]No mês passado, a gaúcha ficou sob a mira do revólver do fã Rodrigo Augusto, que foi morto pelo cunhado da loira. Rodrigo se mostrava obcecado pela apresentadora em publicações na internet. Ele, inclusive, havia sido bloqueado nas redes sociais de Ana Hickmann por postar conteúdos abusivos. ;Eu tinha certeza que ia morrer. Ele olhava para mim com um ódio. Ele deixou claro. Pelo fato de não ser dele, eu não seria de mais ninguém;, relembrou a apresentadora na primeira entrevista após o ataque, ao programa Domingo espetacular.
O caso envolvendo Ana Hickmann denuncia uma das facetas da fama: a possibilidade de obsessão de um fã. ;Nessa situação, a pessoa já tinha, provavelmente, uma patologia. Esse assédio não é nada novo, mas com a internet ele está sendo facilitado, em especial pelas redes sociais;, analisa o psiquiatra Raphael Boechat Barros. O estudioso ainda cita a morte do cantor John Lennon, como um dos exemplos de obsessão de fãs. O beatle foi morto a tiros por Mark David Chapman, que, no mesmo dia do assassinato havia encontrado o músico e conseguido um autógrafo para a capa do álbum Double fantasy.
Na mesma semana que ocorreu o triste episódio com Ana Hickmann, a cantora Bella Schneider, ex-participante do The voice Brasil, relatou à imprensa que estava recebendo ameaças de morte e de estupro pela internet. ;Estou muito assustada. Recebo essa mensagens quase todos os dias. Estou em pânico. Não sei mais o que falo, se digo para onde vou, a pessoa começa a pirar;, contou a recifense ao G1. Ela disse que costuma usar a plataforma para divulgar shows e participações. ;As redes sociais devem ser usadas com parcimônia pelos famosos. É uma exposição muito grande da vida pessoal do artista, que pode alimentar a obsessão. O adorador pode ter o delírio que está tendo um envolvimento com o seu ídolo. Artistas mais estabelecidos tendem a não procurar tanto esse tipo de exposição;, analisa o psiquiatra.
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