Diversão e Arte

Confira seleção de produções para desconstruir o sexismo

Diversão & Arte apresenta cinco livros e dois filmes contra a cultura do estupro

Adriana Izel
postado em 06/06/2016 07:30
[FOTO716545]
O abuso sexual coletivo sofrido por uma jovem de 16 anos no Rio de Janeiro e suas repercussões, como a culpabilização da garota nas redes sociais, trouxeram à tona um problema antigo na sociedade: a cultura do estupro. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o termo se refere à naturalização de comportamentos machistas, sexistas e misóginos que normalizam agressões sexuais e outras formas de violência contra a mulher.

Mulheres de diferentes estados e até de outros países se manifestaram pelas redes sociais e saíram às ruas para pedir o fim desse tipo de comportamento e prestar apoio à jovem. A partir daí, o termo cultura do estupro ; que não é novo ; voltou a aparecer. Em vídeo publicado no canal Jornalistas Livres, a escritora e professora de filosofia Marcia Tiburi explicou a expressão e seus significados. ;Seria o nosso modo de viver, de pensar e de agir em que o estupro foi naturalizado. A sociedade, de modo geral, não se preocupa com o estupro. Quando passa a comoção, a mesma sociedade desconsidera a cultura do estupro;, afirma.

Para que a discussão sobre a cultura do estupro não se perca, o Diversão & Arte apresenta uma seleção de obras culturais que debatem a temática. ;É sempre importante colocar na literatura, no cinema, na mídia, uma versão que é a da vítima. De modo geral, temos isso em filmes, livros e novelas de uma forma muito ruim. As obras precisam mostrar a importância de denunciar, dar espaço para as mulheres;, analisa a brasiliense Bianca Cardoso, uma das responsáveis pelo site Blogueiras Feministas.

Roxane Gay é uma das autoras que discute a temática em livro
O livro Má feminista: Ensaios provocativos de uma ativista desastrosa, da escritora norte-americana Roxane Gay, que chega ao Brasil na segunda semana de junho, trata do tema em artigos. Logo na introdução, Roxane cita diversas atitudes na sociedade atual que servem para naturalizar a cultura do estupro, como um comediante que pede aos fãs que toquem levemente a barriga das mulheres porque ignorar limites pessoais é engraçado; e as músicas que glorificam a degradação das mulheres. A autora dedica um capítulo à temática, A linguagem negligente da violência sexual, em que debate a maneira casual com que se lida com o estupro. ;Você pode pensar em uma série dramática de televisão que não incorporou algum tipo de enredo envolvendo estupro? Enquanto o estupro como assunto de entretenimento pode, certa vez, ter incluído um elemento didático, agora não é mais esse o caso. O estupro é bom para render audiência;, critica.

Filmes para desconstruir a cultura do estupro


Acusados
[VIDEO2]

De 1988, o filme protagonizado por Jodie Foster acompanha a história de uma mulher de classe baixa que numa noite é estuprada por vários homens em um bar. Inicialmente, a promotora do caso aceita que os violadores sejam acusados de agressão corporal. Porém, a pedido da vítima, ela resolve acusar os envolvidos do crime.

Confirmação
[VIDEO1]
O filme estrelado por Kerry Washington e produzido e lançado pela HBO neste ano mostra os bastidores de uma história real. Kerry interpreta a professora de direito Anita Hill que acusou o juiz Clarence Thomas, indicado por George W. Bush a ocupar uma cadeira na Suprema Corte norte-americana, de assédio sexual.

A matéria completa está disponível aqui para assinantes. Para assinar, clique aqui.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação