Isabella de Andrade - Especial para o Correio
postado em 08/06/2016 07:30
Os tradicionais grupos de quadrilha trazem muita dança, ritmo e animação para as festas juninas de todo o país e também têm seu lugar garantido no Distrito Federal. A popularização do ritmo aconteceu no Nordeste, mas ele logo se espalhou para o restante do país e criou suas raízes no cerrado. A preparação se estende durante todo o ano, e cada detalhe é pensado com cuidado, fazendo com que cenários e figurinos elaborados e passos bem ensaiados ajudem os dançarinos a contarem boas histórias por meio de seus espetáculos. As equipes não param e, quando a temporada de festas acaba, entre junho e agosto, as pesquisas para o ano seguinte se iniciam. Entre os objetivos em comum estão a vontade de fazer o povo dançar e de manter firme a chama da cultura popular brasileira.
[SAIBAMAIS]Claudecir Martins, da quadrilha pentacampeã do Distrito Federal, Si bobiá a gente pimba, conta que a animação é grande durante os festejos e as apresentações do grupo, que ganhou a competição das quadrilhas de Brasília de 2015, não param. Um dos fundadores da liga de quadrilhas independentes do DF, Claudecir lembra que o Si bobiá foi fundado em 1992, em Samambaia, e hoje conta com a participação de moradores de diversas regiões de Brasília e Entorno. ;No início, era uma das poucas opções coletivas de lazer para a comunidade. Durante toda existência, buscou a manutenção das tradições juninas e de nossa cultura popular, além de exercer um papel cultural e social importante para o contexto da cultura local;, conta o artista. Os encontros para preparar o espetáculo do ano seguinte começam ainda em novembro, com pesquisa e elaboração do tema, e se intensificam em fevereiro.
A preparação começa com a escolha do tema, estruturado por meio de muita pesquisa e composições de cena que tragam as características tradicionais das festas juninas. Todo ano, os grupos se apresentam no circuito de quadrilhas do DF, que, em 2016, chega à sua 16; edição, com etapas que circulam por diversas cidades e competições para se chegar a nova campeã. ;A gente tem um espetáculo grande montado para as competições e outro com estrutura menor para apresentações em lugares diversos, inclusive com ações beneficentes;, conta Claudecir. Vale lembrar que a escola que for campeã local participará do 12; concurso nacional de quadrilhas, que neste ano acontece em agosto, em Belém do Pará. Martins conta com orgulho que a Si bobiá a gente pimba é vice-campeã nacional e campeã do DF nos anos de 2008, 2011, 2012, 2014 e 2015.
Outro líder e marcador empenhado com a tradição junina é Bruno Anderson, que lidera a Buscafé, que inova por ser uma quadrilha evangélica. ;Nosso grupo começou como uma diversão para o pessoal que frequentava a igreja e, com o tempo, nos profissionalizamos. Em 2008, entramos para a liga de quadrilhas e desde então investimos muito em tempo, recursos e na parte técnica;, afirma o marcador. Os temas da Buscafé são uma mistura de histórias bíblicas e cultura popular; o trabalho também se estende ao longo de todo o ano. A preocupação é criar os figurinos e cenários da melhor maneira possível, além de investir na equipe de coreografia e no tempo de ensaio. ;A gente trabalha o ano todo para desenvolver esse projeto, que é apresentado nos meses de junho, julho e agosto. Nós não somos uma quadrilha competitiva, por mais que nosso trabalho seja profissional; nosso propósito é levar boas mensagens para as pessoas, por meio da dança;, declara Bruno. A agenda do grupo é concorrida e as apresentações acontecem em igrejas, festas particulares e concursos de quadrilhas.
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