Diversão e Arte

Quinteto de sopros encerra temporada da Sociedade de Concertos

Música de câmara faz parte da programação do grupo formado por 35 músicos

Nahima Maciel
postado em 29/06/2016 07:30

Quinteto de Sopros: instrumento vivo e sintonizado com o seu tempo

Com um programa que une a música europeia do século 20 e a brasileira do século 21, o Quinteto de Sopros da Sociedade de Concertos de Brasília encerra hoje a temporada de apresentações de 2015-2016. Formado por Mechthild Bier (flauta), Kleber Lopes (oboé), Marcos Cohen (clarineta), Nathan Duarte (trompa) e Gustavo Koberstein (fagote) e sob regência de Osvaldo Ferreira, o quinteto vai tocar composições do húngaro Georg Ligeti e do alemão Paul Hindemith ao lado de peças contemporâneas de Liduíno Pitombeira e Ronaldo Miranda.

;É música do nosso tempo, superatual;, avisa o maestro Ferreira. ;É um compromisso. É importante porque a orquestra não pode ser um instrumento museológico que só toca Beethoven e Bach. Nossa intenção é que seja um instrumento vivo, que possa dar vida ao que está sendo feito;, completa.

A escolha de Pitombeira e Miranda é uma maneira de voltar os olhos para o que há de mais atual na produção de música erudita no Brasil. Cearense cujas obras já integraram o repertório da Filarmônica de Berlim, Pitombeira é professor da Universidade de Campina Grande. Dele, os músicos escolheram a Suíta hermética, uma homenagem a Hermeto Paschoal.

;É uma música diatônica e bem vibrante, bem de acordo com a música do Hermeto;, avisa o clarinetista Marcos Cohen. ;Já a música do Ronaldo Miranda parece uma seresta urbana.; As Variações sérias sobre um tema de Anacleto de Medeiros, de Miranda, fazem uma releitura de Iara, tema importante da obra de Medeiros, em um conjunto de 10 variações que duram, aproximadamente, 12 minutos. De Hindemith, o quinteto faz a Kline Kammermusik n; 2 e, de Ligeti, Seis bagateles para quinteto de sopro, duas peças divertidas e simbólicas da música moderna do início e meio do século 20. ;No repertório, os estrangeiros representam o século 20 e os brasileiros, o século 21; avisa Marcos Cohen.

A temporada da Sociedade de Concertos é montada para dois semestres e o encerramento de hoje fecha o primeiro ano da existência do grupo. Foram 15 eventos entre concertos, recitais e master-classes. No total, a Sociedade conta com 35 músicos e se organiza em uma orquestra clássica e pequenas variações de formações de câmara. A ideia de Osvaldo Ferreira quando fundou o grupo foi montar uma orquestra com programação de qualidade internacional e patrocinada por parceiros e pelo público, que se associaria e, com isso, teria prioridade para as entradas nas apresentações. A ideia foi viabilizada com patrocínios do Sesc e da Fibra e a Sociedade conta hoje com 50 associados.

As séries de recitais e concertos são parte importante das atividades do grupo, mas não são as únicas. A parte pedagógica sempre esteve na lista de preocupações dos músicos e, no próximo semestre, Ferreira espera colocar em prática a Academia de Orquestra. Uma seleção por meio de edital vai apontar entre 15 e 20 estudantes que terão direito a aulas de formação orquestral com os músicos da sociedade. Além de aulas dos instrumentos, haverá também treinamento em regência. Em 2017, Ferreira pretende inaugurar uma escola de música para a formação de crianças. A intenção é que, além das séries de concertos, a Sociedade possa contribuir para a formação de público e de profissionais.

Quinteto de Sopros da Sociedade de Concertos de Brasília
Com Mechthild Bier (flauta), Kleber Lopes (oboé), Marcos Cohen (clarineta), Nathan Duarte (trompa) e Gustavo Koberstein (fagote). Regência: Osvaldo Ferreira. Hoje, às 20h, no Local: CTJ Hall South (SEPS 706/906). Entrada franca

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