Quando Ivald Granato começou a fazer performance, no fim dos anos 1960, ainda não havia sequer o hábito de fazer instalações. O experimentalismo de ver artistas plásticos subirem ao palco para encarnar ideias e não apenas personagens se tornou comum ao longo das décadas seguintes. Granato nunca foi muito preso a nenhuma técnica ou escola, por isso se jogou na arte da performance com sede e curiosidade e se tornou um pioneiro da prática no Brasil. É essa a história contada na exposição Registro arte performance, em cartaz na Caixa Cultural. ;É uma visão geral da história da performance no Brasil;, avisa o artista.
Logo na entrada da galeria principal, uma sequência de cartazes guia o público por diversas performances realizadas por Granato entre 1969 e o século 21. No chão, a reprodução de uma obra histórica, na qual poemas são desenhados com pedaços de papel, lembra uma intervenção do artista na Bienal Internacional de Arte de 1970. Naquela época, a performance tinha configuração diferente dos dias atuais. ;Ela ainda não tinha conseguido atingir uma dimensão pública, era mais uma coisa de body art;, conta o artista.
Registros de apresentações da época já mostram Granato como um explorador de identidades. Para as performances, ele criou vários personagens que se tornaram recorrentes com o passar dos anos. Gaiato, Ceisquer, My name is not Joseph Beuys, Safada de Copacabana, todos representavam questões que o artista queria propor e discutir em diferentes momentos da trajetória. Algumas imagens e sequências fotográficas são inéditas a integram arquivos pessoais, outras já pertencem a acervos de museus como o Metropolitam (Nova York) e Museu do México.
No fim da década de 1970 e início dos anos 1980, as performances começaram a ganhar os palcos. ;E começaram a aparecer e explodir, a ganhar o corpo de show;, lembra o artista. Dessa época, ele selecionou para a exposição registros e objetos emblemáticos de algumas apresentações. De Mitos vadios, realizada com Hélio Oiticica, Granato expõe, principalmente, as reproduções de páginas de jornais. A repercussão da performance realizada na rua Augusta, em São Paulo, em 1978, superou a expectativa da dupla.
A matéria completa está disponível , para assinantes. Para assinar, clique .