"Zero humor, zero graça, zero palhaçada; são alguns dos ingredientes que se acomodam, na observação do ator Bruno Garcia, dentro da produção de O caseiro, estrelada por ele. Pode não parecer, mas trata-se de filme nacional, uma fita de suspense psicológico bem distante dos filões corriqueiros nas telonas brasileiras. De certo modo, o ator encarou um risco como produtor associado ao também estreante na direção de longa-metragem Julio Santi.
"É um filme (em cartaz na cidade) muito intenso e bem interessante. Achei moderno, e justo num gênero que é pouco feito no Brasil; apesar de muito popular no mundo inteiro, inclusive entre os brasileiros. Com O caseiro, o público pode me ver no cinema fazendo uma coisa completamente diferente", enfatiza o ator.
Em O caseiro, Bruno Garcia interpreta um professor de psicologia que associa visões de fantasmas a projeções psíquicas e a anomalias, tudo sem vínculo com o sobrenatural. Apesar do entusiasmo de ter "comprado" o projeto também como investidor e da previsão de estreia da fita também nos Estados Unidos, algo ;nunca feito antes;, os dados não foram os mais animadores. Metade das cópias do filme saíram de cartaz do país, em virtude da concorrência direta com os nacionais Porta dos Fundos ; Contrato vitalício, uma comédia promovida para as férias, e Mais forte que o mundo (noutro gênero raro, para o Brasil, de drama esportivo).
Prestígio em festivais no exterior podem ser outros trampolins estratégicos, no lançamento de gêneros menos comuns na cinematografia nacional, como o do suspense. Mate-me por favor, de Anita Rocha da Silveira (leia entrevista), conquistou projeção graças à Mostra Horizontes do Festival de Veneza. O feito foi precedido pelo prestígio de ter participado de Cannes.
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