Alexandre de Paula
postado em 05/07/2016 07:29
Duas estrelas do rock brasileiro souberam traduzir como poucos o período que marca o fim do regime militar e o início da democracia. Prova disso são as vozes de Renato Russo e Cazuza no período que marca o fim do regime militar e o início da democracia no Brasil. É o que mostra o livro Brasil: Cazuza, Renato Russo e a transição democrática, do jornalista e sociólogo Mario Luis Grangeia. Na obra, Grangeia mostra a veia de cronistas de dois dos maiores poetas do rock brasileiro.
O autor conta que a ideia de pesquisar e escrever o livro surgiu por notar que a faceta social e política do trabalho de Renato e Cazuza é menos lembrada do que as letras líricas e românticas. ;As músicas que discutiam questões sociais e políticas nunca tinham sido analisadas do jeito que eu fiz;, conta.
[SAIBAMAIS]Para contar a história, Grangeia preferiu fugir de análises subjetivas sobre o conteúdo das letras e procurou também em entrevistas a visão e o posicionamento de Renato e Cazuza. ;Tento dar voz a eles. Não quis me prender a interpretações que não fossem de fato deles;, conta.
É em uma dessas entrevistas que Renato nega o rótulo de autor de músicas de protesto. ;De fato, o que eles faziam não eram apenas protesto. Eles foram na verdade cronistas de um momento do país que não se limitaram a ser a voz de uma geração;, explica.
Grangeia mostra que Cazuza e Renato mudaram, durante a carreira, para polos distintos. ;Cazuza começa mais voltado para questões íntimas e Renato tinha uma veia punk, contestadora;, aponta. ;Cada um foi mudando no polo oposto. Cazuza foi enxergando a esfera política, pública e Renato foi se voltando mais para letras líricas e buscas espirituais;, completa.
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