"Espero morrer antes de envelhecer.; A corajosa declaração está presente na música My generation, do disco de mesmo nome, o primeiro da banda The Who, lançado em 1965. As palavras, escritas pelo guitarrista Pete Townshend, representam bem o espírito de um dos gêneros mais contagiantes, controversos, rebeldes e contestadores do século passado. Ou pelo menos representavam. No Dia Mundial do Rock , o cenário atual do gênero é bastante diferente de quando gigantes como Led Zeppelin, The Rolling Stones, Deep Purple e até rockstars mais recentes, como os norte-americanos do Guns n; Roses, vendiam milhões de discos, destruíam quartos de hotéis e experimentavam todo tipo de estímulo químico e físico que podiam encontrar.
Muito do que o rock clássico representa no imaginário popular foi retratado no filme Quase famosos, obra semibaseada na experiência do cineasta Cameron Crowe. Na produção, um jornalista adolescente recebe a missão de seguir a simpática, mas atrapalhada, banda Stillwater na estrada. Observando atualmente as principais bandas do estilo, é difícil imaginar algumas das suas estrelas, por exemplo, se autodenominando ;um deus dourado; e pulando em uma piscina após uma noite de bebedeiras.
Observe, por exemplo, a postura de uma banda como o Coldplay. Odiados e amados em intensa proporção, o fato é que os reis do soft rock são um dos grupos mais bem-sucedidos da última década, com vendas em torno das 60 milhões de cópias em todo o mundo e arenas sempre lotadas em qualquer lugar do globo nas turnês. Apesar disso, o vegetariano Chris Martin e seu bando mantêm uma postura de modéstia em entrevistas.
Já os americanos do The Killers, apesar de não serem reconhecidos pela humildade, também são exemplos de bons cidadãos. Fenômeno do rock indie que conquistou as grandes arenas, o quarteto é liderado pelo mórmon e abstêmio Brandon Flowers, responsável pai de família quando não está entoando seus hits para milhares de plateias. Postura, pelo menos nas aparências, bem diferente de outros frontmen do passado, como Ian Gillan, Robert Plant e Axl Rose.
Novas caras
Apesar de o rock ter perdido espaço na preferência dos jovens para o pop e para o rap, e se apresentar hoje com uma atitude diferente das bandas do passado, o gênero continua produzindo música de qualidade para satisfazer os gostos de quem prefere a crueza das guitarras elétricas às batidas premeditadas e produzidas de outros ritmos. Grupos como Royal Blood e Rival Sons, sobre os quais o Correio já escreveu, têm injetado vida nova no rock.
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