Sebastião Tapajós é um dos instrumentistas brasileiros de maior prestígio no exterior e de grande popularidade na Alemanha, onde já esteve 90 vezes e lançou mais de 30 discos. Há quase duas décadas, porém, esse violonista virtuoso, de formação erudita, optou por uma vida simples e bucólica, numa casa de frente para a praia de Pajuçara, próxima a Santarém, no Pará.
Atualmente, aos 74 anos, Tapajós só deixa o refúgio para cumprir compromissos artísticos que considera importantes. ;Em 2015, estive num congresso na Itália e há dois anos voltei à Alemanha para fazer algumas apresentações.; O brasiliense tem o privilégio de ver e ouvir Tapajós com certa frequência, pois, anualmente, ele participa dos projetos do Clube do Choro, para onde está de volta para show de hoje a sexta-feira, às 21h.
Músico formado no Conservatório Nacional de Música de Lisboa e que, na Espanha, estudou guitarra e composição com Emílio Pujol, foi durante muito tempo professor de violão clássico no Conservatório Carlos Gomes, em Belém. Ao longo de mais de 60 anos de carreira, tocou com nomes consagrados da música brasileira e internacional, da importância de Hermeto Pascoal, Sivuca, Paulo Moura, Waldir Azevedo, Astor Piazzolla, Gerry Mulligan, Oscar Peterson e Paquito D; Rivera.
Da discografia do violonista no Brasil constam 45 títulos. O mais recente é o Aos da guitarrada, que lança nessa curta temporada no Espaço Cultural do Choro, em show pelo projeto Tributo a Paulinho da Viola, que tem a companhia do jovem pianista paraense Andreson Dourado. ;O nome do concerto é Por entre as árvores ; nome de uma das faixas do CD, de produção independente ; que já apresentei, em junho, no Auditório Ibirapuera, em São Paulo;.
O álbum, com nove faixas, compostas em 15 dias, traz temas como Moleque mocorongo, Milongueiro Ábalos (feita para o amigo e parceiro argentino Sergio Ábalos) e Rei Solano, mestre da guitarrada por quem tem admiração. Com estilo único e inconfundível, o violão de Tapajós viaja por harmonias densas e sofisticadas a melodias fluídas, ora delicadas, ora marcadas pela percussão.
Companheiro de palco de Tapajós no show que estreia hoje, Andreson Dourado é natural de Almerim (PA). Aos 36 anos, possui graduação e licenciatura plena em música pela Universidade do Estado do Pará, é professor de música na instituição, onde já esteve à frente de oficinas de arranjo e improvisação. Com carreira internacional ; já se apresentou na França, Bélgica, Portugal e Alemanha ; e, ultimamente tem participado de projetos ao lado de Sebastião Tapajós.
Guitarrada
; Gênero musical instrumental brasileiro surgido no Pará, oriundo da fusão do choro com o carimbó, cúmbia, merengue e o movimento iê-iê-iê. A guitarra elétrica é predominantemente solista, mas existem diversas canções ; geralmente baladas ; de amor, no estilo brega. O Mestre Vieira é tido como o criador, e os principais representantes da atualidade são os grupos Mestres da Guitarrada, Pio Lobato e o La Pipuña. O marco do lançamento da guitarrada é o disco Lambadas das quebradas, do Mestre Vieira, de 1978. Outros álbuns importantes são: Guitarradas, de Carlos Marajó (1985); Guitarras que cantam, de Chumbinha (1998); Mestres da guitarrada (2004).
Por entre as árvores
Show do violonista Sebastião Tapajós, acompanhado pelo pianista Andreson Dourado, pelo projeto Tributo a Paulinho da Viola, de hoje a sexta-feira, às 21h. No Espaço Cultural do Choro (Eixo Monumental, ao lado do Centro de Convenções Ulysses Guimarães). Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia para estudantes). Não recomendado para menores de 14 anos. Informações: 3224-0599.
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