Diversão e Arte

Corpo de Hector Babenco será velado na Cinemateca Brasileira

Babenco estava internado no Hospital Sírio Libanês desde a última terça-feira (12/7) e morreu por volta das 22h50 de ontem (13/7)

postado em 14/07/2016 13:08

Babenco estava internado no Hospital Sírio Libanês desde a última terça-feira (12/7) e morreu por volta das 22h50 de ontem (13/7)

O corpo do cineasta Hector Babenco, que morreu na noite de ontem (13/7), aos 70 anos, vítima de uma parada cardíaca, será velado amanhã (15/7), das 10h às 15h, no prédio da Cinemateca Brasileira, na Vila Clementino, zona sul da cidade. Segundo a produtora do cineasta HB Filmes, a cerimônia será aberta ao público e depois o corpo seguirá para o Crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, ao sul da Grande São Paulo.

Babenco estava internado no Hospital Sírio Libanês desde a última terça-feira (12/7) e morreu por volta das 22h50 de ontem (13/7). Nascido em Buenos Aires, na Argentina, em 1946, ele naturalizou-se brasileiro em 1977. O cineasta era descendente de imigrantes ucranianos, o pai era argentino e a mãe polonesa.

Entre os seus primeiros trabalhos está o filme inspirado em um bandido ; Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia ; que foi protagonizado pelo ator Reginaldo Farias, atraindo mais de cinco milhões de pessoas aos cinemas em 1977. Essa produção levou o Prêmio do Público na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, além de outros prêmios.

Entre os filmes mais famosos de Babenco estão Pixote, a Lei do Mais Fraco e O Beijo da Mulher-Aranha. Com Pixote, o cineasta venceu vários prêmios como o Leopardo de Prata, no Festival de Locarno. Nesse longa, ele retratou a história do menino de rua Fernando Ramos da Silva, que tinha 10 anos na época, interpretado pelo próprio garoto, com atuação também da atriz Marília Pêra.

[SAIBAMAIS]Considerado um clássico contemporâneo, esse filme foi indicado ao Globo de Ouro, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, em 1982, além de levar o Prêmio de Melhor Filme Estrangeiro NYFCC 1981 (New York Film Critics Circle Awards, EUA) e receber o Prêmio OCIC no Festival de San Sebastian, na Espanha, em 1981 e do Prêmio de Melhor Filme Estrangeiro de 1981 pela Associação de Críticos de Cinema de Los Angeles.



Com O Beijo da Mulher-Aranha, uma adaptação do romance homônimo de Manuel Puig, estrelado por Sônia Braga, William Hurt, Raúl Julia, José Lewgoy e Milton Gonçalves, Babenco obteve sucesso internacional. Com esse longa, pela primeira vez, um filme não anglo-saxão recebeu quatro indicações ao Oscar: Melhor Diretor, Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Ator para William Hurt, que levou a estatueta. William Hurt também recebeu a Palma de Ouro de Melhor Ator no Festival de Cannes 1986.

O cineasta também dirigiu duas produções hollywoodianas: Ironweed, de 1987, e Brincando nos Campos do Senhor, de 1990. O primeiro é protagonizado por Jack Nicholson, que vive o atormentado Francis Phelan, e Meryl Streep, uma cantora decadente e depressiva. Por sua atuação, Nicholson foi indicado ao Oscar de Melhor Ator e também ao Globo de Ouro. Meryl Streep também foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz pelo papel.

Em Brincando nos Campos do Senhor, de 1990, foi retratada a saga de um casal de evangélicos, vividos por Aidan Quinn e Katty Bates. Em plena selva amazônica, eles tinham a missão de catequizar os índios. O longa, que conta ainda com Daryl Hannah e Tom Berenger, é baseado em um romance homônimo de Peter Matthiessen e foi escrito por Babenco e Jean-Claude Carri;re.

Depois de curar-se de um câncer linfático, em 1990, o cineasta lançou em 1998 o longa Coração Iluminado, estrelado por Maria Luisa Mendonça, Miguel Ángel Solá e Xuxa Lopes, e que fez referências à sua juventude, na Argentina. A obra foi indicada à Palma de Ouro do Festival de Cannes 1998.

Em 2003, outro trabalho com êxito: O Carandiru, baseado no livro Estação Carandiru de Dráuzio Varella, sobre a dura rotina dos presos na extinta Casa de Detenção que ficou, mundialmente conhecida após a morte de 111 presos, em 2 de outubro de 1992, no episódio que recebeu o nome de Massacre do Carandiru. Essa produção foi vista por mais de 4 milhões de espectadores nos cinemas do Brasil e teve a indicação à Palma de Ouro no Festival de Cannes em 2003.

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