postado em 16/07/2016 07:38
Apesar da falta de patrocínio, a 32; edição da Feira do Livro de Brasília, uma das maiores da América Latina, será aberta hoje. Fortalecendo ainda mais a identidade cultural da capital, o evento terá uma variada lista de atividades: palestras e noites de autógrafo com autores já conhecidos do público, como Vicente Viladarga e Leonardo Boff, e conversas com gente ativa na cena cultural de Brasília, como a galera do Otaloukos. Fora isso, haverá a oportunidade para conhecer o trabalho de autores recém-publicados no Encontro de jovens escritores e no Encontro de blogueiros literários. A Feira do Livro vai até 24 de julho, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.Um dos nomes de peso confirmados para a feira é o de Frei Betto, padre e escritor. Essa não é a primeira vez dele no evento literário de Brasília. O retorno será marcado pelo bate-papo Literatura em tempos de crise e pelo relançamento de Fidel e a religião, com notas atualizadas.
Para ele, a literatura está intimamente ligada com a política. ;Toda literatura é política. Não existe literatura neutra;, afirmou. Por outro lado, Frei Betto enfatiza a importância da qualidade literária de quem quer publicar um livro. Conhecido por seu engajamento político e pela posição abertamente simpática às ideias da esquerda, ele garante que ;um livro não precisa ser de esquerda ou de direita;.
;Tem gente que quer escrever ficção e faz panfleto. O livro tem que ser bem escrito. Quero contar uma boa história, isso trará a mensagem política;, afirma, citando, por exemplo, Jorge Luis Borges, que o Frei Betto considera um grande escritor, apesar de ter sido apoiador da ditadura militar de Pinochet.
Ele também enfatiza a importância de um evento literário abrir espaço para as produções do Entorno. Para ele, é necessário ;deselitizar a literatura. Ela pode ser a voz dos que não têm voz. Eu, por exemplo, comecei a escrever durante a ditadura militar;, relembra.