Diversão e Arte

História do brasileiro Pedrinho é inspiração para o longa 'Mãe só há uma'

Novo filme de Anna Muylaert, mostra a busca por identidade de um adolescente que perde tudo

Alexandre de Paula
postado em 21/07/2016 07:30
Novo filme de Anna Muylaert, mostra a busca por identidade de um adolescente que perde tudo

Depois do aclamado Que horas ela volta?, a diretora Anna Muylaert sentiu vontade de sair da zona de conforto e, inspirada num modo mais jovem de fazer cinema, resolveu experimentar em Mãe só há uma, que estreia hoje. ;Influenciada por este cinema brasileiro jovem mais sensorial e menos narrativo, me veio o desejo de fazer esse filme;, conta.

;Eu queria fazer um filme com menos dinheiro o orçamento é de R$ 1,5 milhão, um terço do anterior, mas que tivesse mais liberdade. Ele nasceu da vontade de sair da minha zona de conforto;, explica a diretora. Em Mãe só há uma, o garoto Pierre (Naomi Nero) descobre que foi roubado na maternidade e precisa lidar com as mudanças de ver tudo o que tinha sumir (a mãe, a irmã, a casa) e se adaptar à ;nova; família.

Não por acaso, a história lembra o caso do garoto Pedrinho, roubado em 1986 na maternidade Santa Lúcia. A revelação, em 2002, chocou o país, e gerou uma intensa cobertura midiática e inspirou o filme da diretora. ;Eu me inspirei livremente no caso para produzir esse filme;, confirma Anna.

[VIDEO1]
Embora a situação do roubo e da descoberta seja central para o desenvolvimento do longa, a procura de identidade é o verdadeiro tema do filme, afirma a diretora. ;Eu quis pensar como ele continua ao descobrir a verdade, o que faz a partir do momento em que sabe que tudo é falso. O filme é sobre um adolescente que procura a sua identidade;, explica.

A questão de gênero, também importante no longa, foi inserida depois, conta Anna. Foi por voltar a frequentar a noite de São Paulo e perceber as mudanças na maneira como as pessoas se relacionavam que a diretora quis abordar o assunto. ;Eu encontrei um cenário muito diferente, as pessoas não tinham mais tantos rótulos, se relacionavam de maneira mais fluida;, lembra.

Por isso, o filme explora também questões de sexualidade e gênero. O protagonista, Pierre, se sente melhor ao usar roupas femininas e se relaciona tanto com homens quanto com mulheres. A fluidez percebida por Anna na noite de SP ecoa e o protagonista não se encaixa em um rótulo predefinido.

A matéria completa está disponível aqui. Para assinar, clique aqui.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação