Diversão e Arte

Juazeiro permanece como grande celeiro musical do nordeste

Terra de grandes nomes, a cidade mantém a veia artística em eventos que celebram os gêneros regionais

postado em 22/07/2016 11:44

Targino Gondim exalta a importância de João Gilberto, Luiz Galvão e Ivete Sangalo para a MPB

Eternizada nos versos da música Petrolina Juazeiro, de Alceu Valença, a cidade baiana que faz divisa com Pernambuco já teve sua música projetada no Brasil e no exterior. Nomes de força da música brasileira como João Gilberto, Luiz Galvão e Ivete Sangalo são juazeirenses que marcam com maestria importantes capítulos da história musical brasileira.

A influência da cidade permanece forte com iniciativas de músicos locais, que não trocaram o endereço pelas grandes metrópoles, caso do sanfoneiro Targino Gondim, curador da 4; edição do Festival da Sanfona, que aconteceu neste mês às margens do rio São Francisco.

"A importância de Juazeiro está baseada nesses três nomes que fizeram história dentro da história da música brasileira. Ivete, com sua irreverência, João Gilberto, que trouxe a nossa nova à tona e Luiz Galvão trouxe a poesia", destaca o músico.

"A cidade e o Rio São Francisco contribuem para essa musicalidade. Crescer à beira desse rio é sinônimo de ter todas as referências desses grandes artistas", destaca o músico que aprendeu a tocar sanfona com o pai e já assistiu em Juazeiro a shows dos ícones Luiz Gonzaga, Sivuca e Marinês.

Grande nome da MPB, João Gilberto revolucionou a forma de tocar violão e batiza o principal centro cultural da cidade, palco de apresentações de grupos de teatro locais. Além do violonista, Edésio Santos, amigo de infância de João Gilberto, também empresta o nome ao Festival da Canção, evento dedicado a compositores e intérpretes de música popular brasileira.

"A influência de João Gilberto é direta entre os músicos daqui. Quando se toca violão, se pensa logo em João. Juazeiro é uma cidade que respira cultura", ressalta o sanfoneiro, que destaca novos nomes do forró da região, como João Sereno, Nilton Freitas e Renan Mendes.

Autor do livro Do alto falante à tevê, o radialista Joselino de Oliveira foi testemunha de capítulos importantes da história da música da cidade na rádio Juazeiro."o rádio tinha a função de educar e dar voz a esses artista. Era uma escola que reverberava a importância dos antigos clubes, que tinham uma filarmônica própria", destaca o escritor. Na avaliação de Joselino, mesmo com a projeção de alguns artistas de Juazeiro, outros tiveram importância relativamente ofuscada.

"O violonista e compositor Walter Santos foi o mestre de João Gilberto. Foi o dedilhar de Walter que influenciou João Gilberto, um dos iniciantes da Bossa Nova", finaliza o escritor, que pretende lançar no início de agosto a obra O antes e o hoje da minha cidade, que relata as transformações culturais de Juazeiro ao longo das décadas.

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