Este ano, a Bienal Brasília do Livro e da Leitura vai ganhar uma estrutura mais ampla e confortável, embora o tamanho, em termos de convidados, debates e quantidade de estandes, continue o mesmo das edições anteriores. Programada para ocorrer entre os dias 21 e 30 de outubro, a terceira edição do evento ocupará o anel inferior do estádio Mané Garrincha. No local, serão construídos três auditórios para receber autores nacionais e internacionais durante os encontros com o público. Um total de 170 livrarias e distribuidores devem participar da Bienal deste ano, a mesma média das duas primeiras edições. ;Do ponto de vista do atendimento ao público, vai ser melhor;, avisa Nilson Rodrigues, coordenador geral do evento.
O formato de homenagem a dois convidados, um brasileiro e um internacional, permanece e a poetisa Adélia Prado será a homenageada brasileira. O sociólogo português Boaventura de Sousa Santos será o convidado de honra estrangeiro, uma escolha que traz a intenção de pensar a contemporaneidade. ;Ele é um dos caras que melhor reflete sobre o mundo Ocidental, as crises todas que o mundo vive. E é uma figura de alta respeitabilidade, uma figura cara ao momento que vivemos;, explica Rodrigues. Boaventura é um dos criadores do Fórum Social Mundial e um dos pensadores mais importantes da contemporaneidade quando se trata de democracia, direitos humanos e globalização.
O número ainda não está fechado, mas a média deve ser de 110 escritores convidados, 40 a menos que na última edição. Entre os internacionais estão a mexicana Guadalupe Nettel, a portuguesa Raquel Varela, o inglês Theodore Dalrymple e o americano Glenn Greenwald, que ajudou a revelar o esquema de espionagem do governo norte-americano denunciado por Edward Snowden. Na lista de brasileiros estão Renato Janine Ribeiro, Leandro Karnal, Marcia Tiburi, Fernando Morais e Viviane Mosé. ;Vamos seguir com o mesmo propósito das anteriores, o de discutir temas que dizem respeito ao momento que vivemos. É a literatura como instrumento de reflexão sobre tempo que vivemos;, diz Rodrigues.
Este ano, a interação com o teatro e a música também será uma marca da Bienal. Não haverá o concurso literário das outras edições, mas estão confirmadas as presenças de Jonas Bloch, Paulo Betti, Arnaldo Antunes e Zizi Possi. Bloch vai apresentar o espetáculo O delírio do verbo, no qual recita poemas de Manoel de Barros e interage com o universo lírico do poeta mato-grossensse. Betti traz o monólogo Autobiografia, inspirado em sua própria trajetória, e Antunes trabalha em espetáculo relacionado com a literatura pensado especialmente para a Bienal.
Um total de quatro temáticas estarão nas mesas de debates, encontros com o público e seminários. Em Vida urbana ; Novos espaços, novos caminhos, temas como consumo, descarte, meio ambiente, liberdade e solidão tomam a dianteira. Europa, fronteiras, cultura, etnia, identidade e território serão tratados em Deslocamentos: geopolítica, cultura, etnia, economia e religião e controle da informação, mundo virtual, comunicação e democracia ficam sob o guarda-chuva de Novas Tecnologias e os efeitos na cultura, economia e vida cotidiana. As relações afetivas, o individualismo e a intolerância devem ser abordados nas mesas reunidas sob o tema do Amor, afetividade e individualidade nos tempos modernos.
De 21 a 30 de outubro, no Estádio Mané Garrincha. Entrada livre
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