Diversão e Arte

Dois artistas de Brasília são finalistas do Prêmio Pipa

Matias Mesquita e Adriana Vignoli concorrem ao prêmio de artes plásticas mais importante do país atualmente

Nahima Maciel
postado em 30/07/2016 07:30

Trabalhos de Matias Mesquita combinam concreto e pinturas de nuvens

O artista Matias Mesquita pensou até em pegar um megafone e ir à Rodoviária pedir votos. Não votos em troca de promessas que nunca serão cumpridas, mas para vencer uma corrida capaz de salvar, por uns tempos, o Elefante Centro Cultural. Radicado em Brasília há três anos, o artista carioca é um dos finalistas do Prêmio Pipa, atualmente a mais importante premiação de artes plásticas do país. Com ele, concorrem Adriana Vignoli, também da cidade, e outro oito nomes de todo o Brasil. O artista mais votado ganha R$ 10 mil e quem ficar em segundo lugar leva R$ 5 mil. Pode não ser muito, mas o prêmio traz projeção e visibilidade, por isso a corrida por votos on-line é alucinante.

Em uma primeira etapa, a comissão formada por curadores, colecionadores, galeristas e gente ligada às artes escolheu um time de 71 artistas de todo o Brasil para concorrer a uma segunda seleção. Não há inscrições no Pipa. Quem está na final, chegou por indicação. Na segunda etapa, os 10 artistas mais votados pelo público na internet passam para a final. Nessa lista, Matias ficou em terceiro lugar e Adriana, em décimo10;. A partir de amanhã, começa a etapa final.

Durante uma semana, o público poderá votar no site www.premiopipa.com ou pelo Facebook. Cada pessoa pode escolher quantos artistas quiser, mas apenas uma vez em cada nome. ;Esse prêmio tem vários desdobramentos;, conta Matias. ;Estar concorrendo ao prêmio já é um certo reconhecimento, mas ganhar o Pipa significa que você está inserido no contexto de produção contemporânea, no reconhecimento dos curadores importantes.; O artista conta que a premiação pode impulsionar uma carreira e facilitar o acesso ao mercado de arte, especialmente para artistas que trabalham longe dos grandes centros.

Matias encara o prêmio com duas perspectivas: aquela de dar reconhecimento à produção de Brasília e a financeira. ;Para mim é muito importante porque o dinheiro ajudaria a custear o Elefante, que está passando por um momento muito difícil;, explica. O trabalho de Matias Mesquita combina ideias como ilusão, precariedade e estabilidade. Na série mais recente, o artista pinta nuvens em blocos de concreto. ;É um material usado para erguer prédios, construir casas, é um sinônimo de estabilidade e rigidez, mas tem umas partes que racham e aí está a ilusão. Apesar de estável e rígido, o concreto também quebra;, analisa o artista.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação