Uma nasceu na periferia de São Paulo, a outra cresceu em um morro em Niterói (RJ). Uma ainda é uma pré-adolescente, a outra já está na vida adulta há algum tempo. Uma é rapper e a outra funkeira. Apesar de algumas diferenças, são as similaridades que unem os trabalhos de MC Soffia e MC Carol. Ambas usam a música para expressar a realidade em que vivem.
No ano passado, a jovem MC Soffia chamou a atenção ao lançar a música Menina pretinha, em que valoriza a negritude: ;Menina pretinha, exótica não é linda/ você não é bonitinha/ você é uma rainha;. Na canção, Soffia faz referências a Makena (boneca de pano africana que ela prefere em vez da Barbie), ao griô (que se refere a memória de um grupo) e a África. O clipe foi lançado neste ano e já possui mais 300 mil visualizações. O sucesso fez com que Soffia fosse confirmada na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos.
;O que me inspira a cantar e a escrever músicas com essa temática é porque vejo muitos jovens negros morrendo, tem bastante racismo acontecendo nas escolas, vejo as meninas queimando a cabeça por não aceitar o cabelo... Nas minhas músicas, eu falo de coisas que acontecem no mundo. É isso que me inspira. Gosto de poder fazer uma canção que possa ajudar as pessoas;, explica MC Soffia em entrevista ao Correio.
Ela é uma das atrações musicais de hoje no Festival da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha (Latinidades). Ela se apresenta às 20h50 na área externa do Museu Nacional da República (Esplanada dos Ministérios). Antes, às 14h, a rapper participa da mesa de debate do Espaço Kids Latinidades com o tema Erês! Roda de conversa infantojuvenil.
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