Com garras afiadas e mirando as estruturas da capital, o monstro Brazilla (um Godzilla forjado no cerrado) está chegando à cidade. O primeiro movimento da criatura ocorre hoje no Cine Brasília, às 19h, com o lançamento da revista em quadrinhos Brazilla, que une cineastas e quadrinistas da cidade. ;Para o evento de lançamento montamos uma pequena comic-con, com feira de quadrinhos independentes, palestras e projeção de animações;, conta o editor, Daniel Chuis.
O desejo de criar Brazilla surgiu em 2012 como projeto de conclusão da pós-graduação em gestão de espaços e projetos culturais de Chuis. Inicialmente, a intenção era criar uma grande produção, aos moldes da Comic-con, em Brasília. Chuis convidou Filipe Rizzo, da Editora Dulcina, para tocar o projeto. Veio de Rizzo a ideia de criar uma revista original totalmente produzida em Brasília. O trio de ditores se completa com o professor da Universidade de Brasília, Raimundo Lima Netto. ;Nós percebemos que, com o projeto, poderíamos contribuir para o desenvolvimento da atividade adicionando processos editoriais que facilitam a divulgação e distribuição das obras que geralmente ficam de fora devido à falta de recursos;, conta Rizzo.
Já que a ideia era unir cinema e quadrinhos, eles resolveram convidar nomes da sétima arte para desenvolver roteiros que seriam transformados em HQs pelos quadrinistas da cidade. ;Cinema e quadrinhos partilham de uma origem semelhante. São a mistura de comunicação, arte e tecnologia;, explica o professor Lima Neto. ;O que vai fazer do cinema uma arte mais abrangente é a sua inserção no mercado, seu valor de produção. O que aconteceria então se o cinema e quadrinhos independentes se juntassem também? Que monstro sairia disso? Esse monstro é a revista Brazilla;, comenta.
Rizzo destaca que o projeto da Brazilla visa priorizar o conteúdo original local. ;Na próxima edição, vamos trabalhar do ponto de vista dos roteiristas, sempre tendo como foco Brasília;, diz. Tudo para dar mais visibilidade à produção local.
Carreira
Um dos cineastas convidados para produzir roteiros para a revista, Marcus Ligocki acredita que o intercâmbio entre artistas das duas áreas trouxe uma experiência riquíssima e transformadora para todos. ;Além de ter provocado uma profunda reflexão sobre narrativa visual, a revista mal ficou pronta e já saiu procriando;, comenta o diretor. ;Sinto Brasília fervendo em criatividade e provocando o amadurecimento de muitos empreendimentos culturais.;
Brazilla
Lançamento da primeira edição da revista, hoje, às 19h, no Cine Brasília.
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