Frank Ocean se tornou um dos queridinhos da nova geração do hip-hop e do r pelo lançamento do álbum Channel orange, de 2012, seu trabalho de estreia. Com letras sensíveis, melodias grudentas e batidas modernas, o artista fez parcerias que vão desde John Mayer a Beyoncé e lançou singles memoráveis, como Pyramids e Thinkin bout you. Quando anunciou, ainda em 2013, que estava trabalhando no sucessor de Channel orange, o burburinho e a ansiedade demonstrada nas redes sociais partia tanto de fãs como colegas admiradores, como Adele. Sem, aparentemente, sentir a pressão e com toda a paciência do mundo, Frank Ocean finalmente disponibilizou suas novas músicas, três anos depois.
Apesar da demora, a qual ele reconheceu de forma bem-humorada via Tumblr, ao agradecer os fãs (;Obrigado a todos vocês. Especialmente os que nunca me deixaram esquecer que eu tinha que terminar o álbum;), a espera parece ter valido a pena.
Isso porque Frank lançou não apenas um, mas dois álbuns de uma só vez, acompanhados também de uma revista. Primeiro, o americano de 28 anos disponibilizou Endless, um álbum visual de 45 minutos, exclusivamente na plataforma Apple music. Dois dias depois, também pela Apple Music, Ocean revelou Blonde, um trabalho mais convencional, nos moldes que os fãs esperavam. O marketing de lançamento para ambos os produtos foi acompanhada da revista/livro/fanzine Boys don;t cry, que teve contribuições de Kanye West e James Blake e foi disponibilizada, gratuitamente, apenas em algumas livrarias selecionadas de Nova York, Londres, Chicago e Los Angeles.
Embora ambos os trabalhos tenham sido bastante elogiados pela crítica especializada, eles são bastante diferentes. Endless, um vídeo em preto e branco, mostra Frank Ocean construindo uma escada em espiral, uma metáfora em espiral tanto para a ilusão de continuidade e sincronia, como para o processo de construir em si, seja um objeto, seja fazer arte. Já Blonde, como a Rolling Stone definiu, talvez seja a declaração artística mais corajosa e dedicada à comunidade LGBT da carreira de Ocean. Diferentemente das letras mais diretas de Channel orange, que iniciaram o debate sobre homossexualismo no hip-hop, Blonde tem uma abordagem mais artística e interpretativa. ;É não-conformista, é elusivo e sem rótulos;, definiu a Rolling Stone.
O trabalho complexo e sem hits radiofônicos óbvios, segue a tendência dos principais artistas da música pop, como Beyoncé, Kanye West e Rihanna, cujos últimos álbuns também optaram por abordagens mais artísticas e sonoramente desafiadoras. ;Entre todos os temas autobiográficos e introspectivos sobre drogas, mulheres, homens, consumismo e amadurecimento, estão todos os tipos de trocadilhos complexos e referências a Shakespeare e mitos teutônicos. Tudo, no entanto, feito com bastante sutileza;, analisou o The Guardian.
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.