Diversão e Arte

Cineastas falam de destaques do Festival de cinema de Gramado

Carioca Domingos de Oliveira e brasiliense Matheus Souza falam sobre a mútua admiração e sobre as visões dos respectivos filmes Barata Ribeiro, 716 e Tamo junto

Ricardo Daehn
postado em 04/09/2016 07:35

Domingos de Oliveira acompanhado por Fernanda Montenegro

Em oito anos muitas coisas ; entre as quais longas-metragens ; aconteceram na vida de dois cineastas, cujas vidas teimam em se encontrar: o brasiliense Matheus Souza e aquele veterano que, sem demérito, poderia ser, ou melhor, é o mestre dele ; o veterano Domingos Oliveira. ;Temos uma relação muito próxima: na verdade, ele é meu Gandalf (guru, em O senhor dos anéis)! Sempre tivemos uma admiração tornada pública. Fiz peças com ele, como ator, como assistente. Já passamos o Natal juntos! Eu visito ele, a Priscila Rozenbaum (mulher de Domingos) sempre vai ao café em que escrevo, diariamente;, explica o diretor brasiliense ; sempre na ponte entre Rio e Brasília.

Há oito anos, Matheus e Domingos duelaram no Festival do Rio, com os longas Apenas o fim e Juventude, situação repetida, no 44; Festival de Gramado, encerrado ontem, no qual competiram com Tamo junto e Barata Ribeiro, 716. Enquanto, com Barata Ribeiro, Domingos apostou na olhada pelo retrovisor, de um passado rico; em Tamo junto, Matheus deu notas diferentes. ;Meu filme é sobre fugir da vida adulta, tema comum a três personagens principais que estudaram juntos. Todos estão na faixa dos vinte e tantos, mas se encontram deslocados no tempo. Um se comporta como uma criança, o outro como adolescente e há uma que quer ser uma adulta formada, de uma só vez;, explica Matheus Souza.

[SAIBAMAIS]

O elogio rasgado ao brasiliense, parte de Domingos Oliveira, aos 79 anos. ;Suspeito até de que o Matheus Souza seja o melhor dos cineastas da geração dele;, pontua. Dramaturgo de resistência, o carioca teve muito da obra recente exibida em Gramado, terreno de ressurgimento para a telona, há quase 20 anos, com o longa Amores. ;Sempre fui muito bem tratado, lá;, simplifica o hedonista criador de fitas como Deliciosas traições do amor (1973) que, em meados dos anos 1960, ajudou o famoso diretor sueco Arne Sucksdorff a desvendar Copacabana, em Fábula. Para além de encarnar bon vivant, nas telas, calibrou com rastro de desilusão da ditadura, o raro drama A culpa (1971).

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