Diversão e Arte

Baixista do Aerosmith descarta separação da banda

Grupo formado nos anos 1970 se apresenta em Pernambuco pela primeira vez, em outubro

Diário de Pernambuco
postado em 06/09/2016 09:15
Steven Tyler (centro) disse que a banda fará turnê de despedida em 2017
O Aerosmith é resistente. Originário dos anos 1970, o grupo se manteve na ativa mesmo com persistentes desentendimentos entre os integrantes, por motivos diversos, incluindo abuso de drogas e diferenças criativas. Passadas quase cinco décadas, pelo menos uma divergência continua assolando a banda: a perspectiva de encerrar as atividades. Enquanto o vocalista Steven Tyler tem dado declarações sobre turnê de despedida em 2017, outros membros negam. De certo, apenas que eles têm passagem garantida pelo Brasil em outubro, incluindo Olinda, em apresentação marcada para o dia 21, no Classic Hall.

Um dos que descartam o fim da banda em um horizonte próximo é o baixista Tom Hamilton. ;A ideia de acabar é completamente maluca;, afirmou em entrevista exclusiva ao Viver. ;É difícil, para mim, acreditar que estejamos caminhando para o fim. Acho que estar em turnê é uma das coisas que mais inspiram a banda;, ressalta. Hamilton, ao lado do vocalista Steven Tyler e do baterista Joey Kramer (que também descarta o encerramento das atividades do Aerosmith), forma a trinca de integrantes que nunca saíram da banda. O guitarristas Joe Perry e Brad Whitford chegaram a se afastar por um período nos anos 1980, uma das épocas mais conturbadas da banda, quando eram comuns os problemas de excesso de bebidas e drogas nas apresentações, algo que não ocorre mais, destaca o baixista.

Antes do show em Pernambuco, o Aerosmith toca em Porto Alegre, no Anfiteatro Beira-Rio (11 de outubro), e em São Paulo, no Allianz Parque (15 de outubro). Nesta sexta passagem pelo país, a banda apresenta a turnê Rock n;roll rumble - Aerosmith style 2016, com setlist marcado sobretudo por hits das duas primeiras décadas da carreira, como Crying;, Jaded e Livin; in the edge.

A última vez que a banda esteve no país foi em 2013, ocasião em que Tom Hamilton não pôde comparecer, por motivos de saúde. Em 2006, o músico foi diagnosticado com câncer de língua e garganta e, mesmo tendo se curado no mesmo ano, após o tratamento com quimioterapia e radiação, o câncer retornou à garganta em 2011. A doença foi vencida pela segunda vez em 2015, após operação para retirada do tumor, executada pelo cirurgião Steve Zeitels, que já havia operado as cordas vocais do companheiro de banda Steven Tyler e da cantora Adele. O procedimento deixou sequelas: a voz do músico, que também auxilia nos vocais de algumas canções, ficou grave e um pouco falha.

;Foi horrível, algo que mudou minha vida, mas nunca me impediu, exceto por alguns períodos, de continuar trabalhando e produzindo. Querer voltar a tocar foi uma grande motivação.;, recorda Hamilton, acrescentando também que tem muitas músicas solo que ainda pretende lançar. ;Eu continuo fazendo tudo que eu sempre fiz. É isso que importa;, finaliza.

Baixista teve câncer de garganta duas vezes, mas se recuperouEntrevista
Um dos membros fundadores da banda, Hamilton participou de todos os shows do Aerosmith até 2006, quando foi diagnosticado com câncer pela primeira vez. Enquanto tratava a doença, deixou de participar de apresentações, mas nunca se afastou totamente da banda nem da música. Novamente livre do câncer, o baixista comemora a longevidade do grupo e pretente continuar na ativa por muito tempo.

Como é trabalhar por quase 50 anos com as mesmas pessoas?
É uma relação muito intensa, como em uma família. Irmãos costumam brigar bastante. Mas a maioria das discussões é por conta de diferenças de opiniões sobre como a música deve soar, a produção dela. Ainda discordamos em muita coisa, mas aprendemos a deixar as diferenças de lado. As discordâncias não podem virar desavenças e estamos indo bem nisso.

Por outro lado, esse tempo juntos deve facilitar a performance no palco, não?
Sim. Nos temos décadas juntos e sabemos bem o que funciona melhor em um show. Mas, mesmo com todo esse tempo, a experiência de tocar ao vivo continua igual. A sensação é incrível.

A música ajudou na recuperação do câncer?
Querer voltar a tocar nos períodos que estive afastado por conta do tratamento foi uma grande motivação. Me ajudou a ficar focado e mais convicto de que eu poderia seguir em frente e superar tudo.

Você esteve em quatro das cinco passagens da banda pelo Brasil. Tem alguma percepção diferente sobre os fãs daqui?
Vocês têm uma energia especial, são um público impressionante, dos mais intensos do mundo e isso acaba nos contagiando também no palco. Sabemos que os brasileiros são apaixonados.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação