Diversão e Arte

Show no Clube do Choro celebra 45 anos do Quinteto Violado

Apresentação vai dar início às comemorações e lembrar momentos marcantes do grupo

Irlam Rocha Lima
postado em 07/09/2016 07:30

O Quinteto Violado modernizou a música nordestina, mas mantendo a tradição

A propalada rivalidade entre artistas da Bahia e de Pernambuco cai por terra quando se passa em revista a história do Quinteto Violado. Foi Gilberto Gil quem, no começo da década de 1970, apresentou o grupo surgido em Recife a Roberto Santana, então produtor da gravadora Phonogram (hoje, Universal Music). À época, o aparecimento do conjunto vocal-instrumental foi saudado com entusiasmo por Caetano Veloso.

Quarenta e cinco anos depois, o Quinteto Violado mantém-se como uma referência de qualidade na música feita no Nordeste. O único remanescente da formação original é o cantor, compositor e violeiro paraibano Marcelo Melo, ex-engenheiro agrônomo e sociólogo que, já nos anos 1960, era um militante da cultura popular na capital pernambucana, onde foi acolhido quando deixou Campina Grande.

Marcelo continua à frente do Quinteto, que tem vindo a Brasília desde o início da trajetória artística. De volta à capital, cumpre curta temporada de hoje a sexta-feira, às 21h, no Espaço Cultural do Choro. ;Com este show, vamos dar início às comemorações dos 45 anos de carreira; relembrar momentos marcantes de nossa história e homenagear os mestres Luiz Gonzaga e Dominguinhos, tão importantes para a música que fazemos;.

No palco, Marcelo tem a companhia de Ciano (voz, viola e flauta), Dudu (teclados e vocal), Sandro (contrabaixo) e Roberto Medeiros (vocal e percussão). Depois do líder, Ciano é o mais antigo do grupo, do qual faz parte desde 1979. Dudu é filho de Toinho, um dos fundadores, falecido há seis anos, mas sempre reverenciado pelos companheiros.

;Com formação em canto gregoriano, Toinho trouxe para o Quinteto a experiência adquirida em orquestra de baile. Impressionava a sua capacidade de estruturação vocal e de elaboração de arranjos com o contrabaixo acústica. Além de um grande companheiro e amigo, perdemos um músico extraordinário;, lamenta Marcelo.

Detentor de incontáveis prêmios, com presença em importantes festivais no Brasil e no exterior, o Quinteto Violado lançou 48 discos, quatro DVDs e teve sua história contada em livros escritos por Gilvandro Filho e José Telles. ;Estamos sempre elaborando projetos, buscando propagar nosso trabalho, mesmo num tempo em que há a prevalência de um tipo de música de gosto duvidoso;, ressalta.

Marcelo, o Quinteto Violado, de certo modo, teve origem no Centro de Cultura Popular do qual você fez parte em Recife, ainda na adolescência, na década de 1960?
Minha formação vem dali. Eu tinha 17 anos quando, ao lado de Geraldo Azevedo, Naná Vasconcellos e Teca Calazans, entre outros, formamos o Grupo Construção,que trabalhava com música, teatro e pesquisa no Centro de Cultura Popular de Recife.

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