Augusto Freitas
postado em 10/09/2016 07:33
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;É uma coisa boa, Natercinha, que a gente nunca deixe de ser menino. Os homens atrapalham as coisas, complicam tudo. Cresça, mas nunca deixe morrer em você a Natercinha de hoje, que começa a descobrir o mundo, cheia de curiosidade. Se os homens não deixassem morrer dentro deles o menino que eles foram se compreenderiam melhor. Mas eu não quero fazer carta complicada para você. Carta de gente grande. Mas é possível também conversar com menino conversa como esta;.
Longe do Brasil, fugindo da perseguição dos militares e vivendo ao pé da Cordilheira dos Andes, o educador, pedagogo e filósofo pernambucano Paulo Freire escreveria o que seria a primeira de seis correspondências destinadas a Nathercia Lacerda, ou Nathercinha, uma prima de segundo grau que, do Rio de Janeiro, se tornara sua principal interlocutora e esperava notícias de ;alguém misterioso, mas bastante presente, mesmo tão distante;.
Era outono de 1967 quando Paulo Freire, exilado com a família no Chile, abriu uma brecha na agenda corrida para começar a registrar um tipo inusitado de alegria, a descoberta da neve. Nathercia jamais havia visto neve, tampouco um inverno rigoroso ao ponto de despertar o interesse de conhecer os Andes, que ela mal sabia do que se tratava. Mesmo assim, foi para Paulo Freire sua amiga ;mais moça;.
Durante dois anos, de 1967 a 1969, os primos Nathercia e Paulo trocaram correspondências que somente agora são conhecidos do público. A casa e o mundo lá fora - Cartas de Paulo Freire para Nathercinha, além de mostrar um diálogo sensível daquele período em que os primos foram privados de uma convivência mais próxima, resgata as memórias de uma infância marcada, segundo a escritora Nathercia Lacerda, pela ternura.
A obra busca mostrar aos leitores características de uma típica família pernambucana repleta de zelo e ternura, ao mesmo tempo que pretende resgatar outra forma de compartilhamento de diálogos que não sejam apressados e descartáveis, marcas de um mundo tecnológico onde o contato virtual se sobressai ao físico.
A matéria completa está disponível aqui. Para assinar clique aqui.
Longe do Brasil, fugindo da perseguição dos militares e vivendo ao pé da Cordilheira dos Andes, o educador, pedagogo e filósofo pernambucano Paulo Freire escreveria o que seria a primeira de seis correspondências destinadas a Nathercia Lacerda, ou Nathercinha, uma prima de segundo grau que, do Rio de Janeiro, se tornara sua principal interlocutora e esperava notícias de ;alguém misterioso, mas bastante presente, mesmo tão distante;.
Era outono de 1967 quando Paulo Freire, exilado com a família no Chile, abriu uma brecha na agenda corrida para começar a registrar um tipo inusitado de alegria, a descoberta da neve. Nathercia jamais havia visto neve, tampouco um inverno rigoroso ao ponto de despertar o interesse de conhecer os Andes, que ela mal sabia do que se tratava. Mesmo assim, foi para Paulo Freire sua amiga ;mais moça;.
Durante dois anos, de 1967 a 1969, os primos Nathercia e Paulo trocaram correspondências que somente agora são conhecidos do público. A casa e o mundo lá fora - Cartas de Paulo Freire para Nathercinha, além de mostrar um diálogo sensível daquele período em que os primos foram privados de uma convivência mais próxima, resgata as memórias de uma infância marcada, segundo a escritora Nathercia Lacerda, pela ternura.
A obra busca mostrar aos leitores características de uma típica família pernambucana repleta de zelo e ternura, ao mesmo tempo que pretende resgatar outra forma de compartilhamento de diálogos que não sejam apressados e descartáveis, marcas de um mundo tecnológico onde o contato virtual se sobressai ao físico.
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