Diversão e Arte

Conheça os novos projetos dos cineastas do Festival

Longas-metragens, curtas e produções televisivas estão entre os planos

postado em 29/09/2016 07:30
Vincent Carelli: trabalha na finalização do longa Antonio e Piti
Multipremiada, pelo filme A cidade onde envelheço, a diretora mineira Marília Rocha já tem pacote de projetos em andamento, a exemplo da maioria dos diretores que participaram da mostra competitiva do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que revelaram ao Correio as perspectivas pós-festival. Marília trabalha numa série documental para a televisão produzida pela empresa Anavilhana.

A futura realização terá a primeira fase dedicada aos principais poetas brasileiros: Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Vinicius de Moraes e João Cabral de Melo Neto. ;Os episódios percorrerão espaços onde eles viveram no Rio de Janeiro, para onde migraram na primeira metade do século passado, associando textos e documentos de arquivo a um conjunto imagético de ambientes urbanos aparentemente alheios à literatura;, adianta a mineira.

Ainda na produtora Anavilhana, o diretor Ricardo Alves Jr., de Elon não acredita na morte, também administra projetos. ;Tenho um roteiro em andamento com o Diego Hoefel, chamado Cedric. O texto conta a história de um jovem refugiado do Congo e que vive em São Paulo. Em andamento, escrevo uma adaptação do livro do Lourenço Mutarelli, Nada me faltará. Nela, trabalho com o Germano Melo;, conta.

A fase de roteirização também ocupa Jimi Figueiredo, diretor da produção brasiliense Malícia. O esforço é pela preparação de série televisiva Família Figueira. ;Contaremos a história de um dono de firma de casamentos que se julga o maior cineasta do mundo. Ele, contudo, faz os filmes com a equipe da firma, e tudo é um grande fracasso;, diz Jimi, com filmagens em 2017.

Amplificar o alcance do longa Vinte anos (derivado do curta Luna de miel), com desdobramento em tevê será a missão de Alice de Andrade, premiada com o Conterrâneos, pelas mãos de Vladimir Carvalho. ;Quero fazer o filme viver mais além de Brasília; levar Vinte anos para outros festivais. Foi um alento muito grande participar de Brasília: ver que o filme comove e é entendido. Vinte anos parte da escolha de personagens, em 1992, para um curta. A nova série terá mais casais, sob o nome de 80 destinos. Enquanto o filme traz abordagem até o momento das relações reatadas, entre Cuba e os Estados Unidos, a série contemplará as Bodas de prata dos casais, que coincidem com os 25 anos do primeiro filme, Luna de miel;, explica Alice de Andrade.

Depois de exibir Martírio, feito em colaboração com Ernesto de Carvalho e Tita, o diretor Vincent Carelli trabalha na finalização do longa Antonio e Piti, que conta a história do casamento entre um soldado da borracha e uma índia guarani-kaiowá na Amazônia. Oito são os filhos frutos do enlace, que ocupam funções que vão de pop star do ambientalismo internacional a prefeito.

Outros índios
Cineasta que apresentou o longa Antes o tempo não acabava, Sérgio Andrade manterá a corrente de produções focadas em temas indígenas. ;Estou produzindo o longa A terra negra dos Kawa. Com ele, retorno ao tema caboclo-indígena, trabalho com atores que têm essa miscigenação. É uma história inspirada na terra negra que se encontra em alguns terrenos indígenas, é uma terra fértil e nesse filme ela soma mais poderes;, observa.

Outro projeto dele é a produção de uma série de animação inspirada nos desenhos e contos indígenas de Mario Lana, do livro chamado Antes o mundo não existia.

Codiretor de Antes o tempo não acabava, Fábio Baldo também prossegue na carreira, à frente de dois projetos como diretor. O primeiro é o curta Estranhos rumores do Jardim Fantástico, que será rodado em 2016. ;Ele aborda o universo de grupos religiosos que usam a ayahuasca em seus rituais. O segundo é o meu próximo longa, chama-se Doce inferno na galáxia, que remonta as inquietações do meu primeiro curta Caos (2010);, conta o diretor. O início das gravações está previsto para 2017.

Encerrando a apresentação dos futuros projetos dos realizadores que estiveram em Brasília, o ator Guilherme Weber (diretor de Deserto) conta que se multiplicará nas telas. Estará em 3.000 dias num bunker, na função de ator, nesse filme de Rodrigo Bittencourt sobre a implantação do Plano Real no Brasil, no qual interpreta Pérsio Arida, ex-diretor do Banco Central. ;É algo histórico e documental, retratando, em crônica, um momento interessante e instigante do país. Em novembro, farei, como ator, um longa sobre zumbis (Marlon Brando, Uísque e zumbis, de Paulo Biscaia Filho). Além disso, para 2017, estarei no longa de Lírio Ferreira chamado Aqua Movie, uma continuação do Árido Movie. Tenho ainda um roteiro para outro longa meu, mas as ideias estão embrionárias e confusas;, conclui.

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