Quadrinho não é feito só de super-herói ou histórias com início, meio e fim. As narrativas modernas não precisam seguir uma linearidade e muito menos terem traços esteticamente bonitos. É sob esses pilares que os quadrinistas Rafael Coutinho e Gabriel Góes se baseiam para a realização da Oficina de desenho e narrativa para quadrinhos, no Espaço Cult (215 Sul), de hoje a domingo.
O artista paulista se une ao brasiliense (Gabriel), de quem é amigo, para a versão local de evento já realizado em São Paulo. ;Eu e Gabriel nos conhecemos há muito tempo. Admiro a sua visão do potencial mais alargado do meio, o traço impreciso com o preciso, um trabalho conceitual e sofisticado. A capacidade de dessacralizar, com habilidade, o mundo dos quadrinhos;, elogia. ;O que temos oferecido é uma outra forma de se olhar o desenho dentro das possibilidades narrativas que são pouquíssimo exploradas, e que acabam tirando da narração tudo que não se encaixa no que foi se popularizando em quadrinhos no mundo, em um sentido mais amplo: o desenho bonito, correto, a busca pelo belo a todo momento. Isso impede que um monte de gente continue desenhando por vergonha e por medo de não fazer certo;, resume Coutinho.
Exatamente por isso, ele evita delimitar um público-alvo para o curso. A ideia é atender da infância a desenhistas profissionais. ;É algo tão libertário que não queremos tolher as possibilidades como se houvesse apenas uma opção. É celebrar um meio onde todo mundo tem algo a oferecer. Questiono, inclusive, a própria necessidade do quadrinho de contar uma história;, complementa.
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