Diversão e Arte

David Mancuso, pioneiro dos DJs, morreu aos 72 anos

Mancuso modernizou a cena musical dance, inventando técnicas e criando ambientes que foram imitados em boates de todo o mundo

postado em 15/11/2016 21:43
O DJ David Mancuso, que há duas décadas tocava em festas exclusivas para convidados, morreu na segunda-feira aos 72 anos, anunciou nesta terça-feira (15/11) um de seus amigos no Facebook.

"Nos vemos no paraíso, amigo. Esteja certo de guardar um lugar na pista para mim", postou na rede social Craig Shifty, amigo de Mancuso e diretor da companhia fonográfica Kid Recordings, sem dar maiores detalhes.

Mancuso modernizou a cena musical dance, inventando técnicas e criando ambientes que foram imitados em boates de todo o mundo.

Em 1970, quando ainda era um comerciante de antiguidades, se apresentou pela primeira vez em uma noite baseada no tema "Love saves the day", em um momento em que em Nova York eram organizadas "festas do aluguel", que tinham como objetivo ajudar monetariamente o anfitrião do dia a pagar por sua moradia.

Antes de a música disco e a eletrônica alçarem os DJs à fama, Mancuso encantava seus convidados "engatilhando" álbuns até a madrugada.
Suas festas, conhecidas pelo nome de "The Loft", eram totalmente legais, mas ao mesmo tempo, clandestinas, e eram celebradas regularmente em residências dos bairros nova-iorquinos de Noho, Soho e East Village. A comunidade homossexual, na época perseguida pela polícia, costumava frequentá-las.

O DJ encadeava diferentes estilos musicais, do rock ao soul, mas longe do "beatmatching", que consiste em sobrepor o começo de uma música ao final da anterior. Mancuso preferia deixar as canções tocarem integralmente.

Transformado em lenda das casas noturnas à medida que a dance music foi se popularizando, o DJ correu o mundo.

No entanto, as festas The Loft foram perdendo força, sobretudo nos anos 1990, quando o então prefeito de Nova York, o republicano Rudy Giuliani lançou sua campanha de limpeza da cidade e combateu a vida noturna não regulamentada.
Por France-Presse

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