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Em novo disco, Green Day volta às raízes do punk rock

A banda lança também um kit com aparelho de som e todos os discos em fita cassete para divulgar 'Revolution radio'

Alexandre de Paula
postado em 03/12/2016 07:00

A banda lança também um kit com aparelho de som e todos os discos em fita cassete para divulgar 'Revolution radio'

Em 2012, Billy Joe Armstrong teve de se internar em uma clínica de reabilitação para tratar o vício em remédios. Desde então, os fãs do rock adolescente e agressivo do Green Day tiveram de esperar, até que, neste ano, o grupo, enfim, lançasse um novo álbum. Revolution radio trouxe o Green Day de volta ao punk que os consagrou.

E, para divulgar ainda mais o álbum, o grupo acaba de lançar um kit inusitado: uma caixa que conta com um aparelho de som e todos os álbuns da banda em fita cassete. O kit custa U$ 250 dólares e pode ser encomendado no site oficial da banda.

Revolution radio representou uma volta por cima do Green Day, que, além da internação de Armstrong, teve de enfrentar percalços nos últimos anos. O câncer de mama da esposa do baixista Mike Dirnt e, logo depois, o câncer de amígdalas do guitarrista Jason White (que acompanhava a banda) atrasaram ainda mais a volta do grupo à música e às turnês.

Armstrong contou em entrevista à Rolling Stone que a pausa, de fato, não foi planejada, mas que também não houve pressa para que o retorno acontecesse cedo demais. ;O tempo acabou sendo esse. Não houve da nossa parte uma pressão para começar logo, não pensávamos em bater recordes, nem na pausa. Havia coisas acontecendo na vida de todos e, de repente, eu tinha um par de canções do nada e isso era um caminho para o recomeço;, disse.

A primeira dessas músicas foi Bang, bang, narrada pelo ponto de vista de um assassino em massa. ;Fala sobre a cultura do tiroteio em massa que acontece na América, misturado com o narcisismo da rede social. Há esse tipo de raiva acontecendo, mas é também sobre tudo agora ser filmado e tudo o que temos de nós mesmos estar sob vigilância;, explica.

Repleto de riffs certeiros, o álbum traz o Green Day dos velhos tempos, até com certa rebeldia juvenil nas letras e o estilo direto e punk. Há também baladas e canções com cara de single, como Youngblood. O grupo, no entanto, escolhe mesmo nas canções mais grudentas um ritmo agitado, distante de canções lentas, como a muito lembrada Wake me up when september ends.

Para esse recomeço, o Green Day preferiu dispensar produtores e o álbum todo foi gravado pelo trio e pelo engenheiro de som Chris Dugan. ;Desta vez, eu só queria sentir a liberdade de dependermos apenas de nós mesmos. Não há nenhuma pessoa no meio e somos forçados a estar lá com o outro. Por isso, foi muito interessante de ver como todos nós estávamos interligados uns com os outros;, explicou.

De volta aos palcos com a turnê que apresenta o disco, ao vivo, ao público, Armstrong conta que isso era uma das coisas de que eles mais sentiram falta durante a pausa forçada e cheia de dramas (reabilitação, doenças) nos últimos quatro anos. Estar fora dos palcos foi um peso para todos, revela.

;É difícil chegar em casa e não fazer nada, porque, honestamente, você começa a sentir como se estivesse desempregado. Você passa a tentar descobrir onde está o objetivo da sua vida. Essa é a coisa mais difícil;, revela. A pausa forçada também era um peso. ;Não é como se você saísse de férias porque não gosta do seu trabalho e pensasse ;Deus, eu preciso de uma pausa;;, disse.

A banda lança também um kit com aparelho de som e todos os discos em fita cassete para divulgar 'Revolution radio'
Revolution radio
Green Day. Warner Music. 12 faixas. Preço médio: R$ 35. Disponível nas plataformas digitais.

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