A primeira edição do festival Arranha-Céu reúne artistas circenses de todo o Distrito Federal para realizar apresentações, participar de debates e, principalmente, apresentar uma visão contemporânea do circo. Os espetáculos de acrobacias aéreas, como trapézio e tecido e no solo, como malabares e palhaço, serão apresentados por estudantes, professores e artistas convidados de hoje até dia 11, no teatro Plínio Marcos.
O festival é organizado pelo coletivo Instrumento de Ver, um grupo de 11 artistas do DF que decidiu reunir várias escolas de inúmeras modalidades no mesmo lugar, por algumas razões. A primeira é a falta de lugares com estrutura para as apresentações aéreas, a segunda, a dificuldade de viabilizar iniciativas voltadas para a arte circense. ;O circo acaba tendo um lugar mais marginalizado, tem pouco edital voltado para essa área, mas a arte circense está conquistando seu espaço;, diz Júlia Henning, uma das organizadoras.
O Arranha-Céu também servirá para celebrar os 15 anos do coletivo e para apresentar as novas produções na área. Júlia Henning, que também é pesquisadora, explicou como o circo muda ao passar do tempo. ;É outro tipo de gênese mesmo, que ainda está mostrando sua cara. Hoje em dia, o circo rompe um pouco com espaço, nem sempre é apresentado em lona, pode ser teatro ou na rua, mas também varia alguns elementos, como na dramaturgia que pode dialogar com outras artes, seja nas plásticas, visuais, teatro, dança ou performance;.
A programação começa hoje, às 18h30, apresentando ao público um debate sobre o cenário das acrobacias aéreas na cidade. Em seguida, começa o CineCirco, uma mistura entre a arte audiovisual e o circo. Os vídeos, produzidos por artistas brasileiros, franceses e belgas, serão projetados no palco do teatro.
Visibilidade
Na quinta, 8, acontece a primeira apresentação de alunos de Aéreos, às 20h, com estudantes e jovens artistas apresentando performances com tecido e trapézio, por exemplo. Uma das professoras, Danielle Scandar reforçou a importância de um festival desses para a arte feita na cidade. ;A visibilidade não é muito grande e a gente não tem muito espaço. É muito difícil conseguir um local e essa união, essa mostra, vai dar mais força;.
No dia seguinte, às 21h, o espetáculo Noite aérea, com direção de Julia Henning e Maíra Moraes, conta com artistas convidados para realizar números nas técnicas de trapézio, tecido e lira. No sábado, o coletivo Instrumento de Ver apresenta o espetáculo Por um triz, uma mistura entre acrobacias, dança e vídeo da acrobata Beatrice Martins, ex-ginasta da seleção brasileira.
Para fechar o festival, duas apresentações no domingo. Às 17h, a primeira, Meu chapéu é o céu, mistura as linguagens do clown, acrobacias e do circo teatro para contar a história de três lavadeiras em um rei no encantado. O grupo brasiliense Udi Grudi é o último a se apresentar, às 20h. Com uma carreira de mais de 30 anos, os membros vão apresentar um espetáculo com a linguagem que eles mesmos desenvolveram, reunindo a música, o teatro experimental e o clown.
Arranha-Céu
Teatro Plínio Marcos (SDS, Lt 2). De 7 a 11 de dezembro. 1; Festival Arranha-céu reúne artistas circenses de toda a Brasília. Entrada: R$ 40 (inteira), R$20 (meia). No dia 7, a entrada é franca. Classificação indicativa livre.