Diversão e Arte

Entenda porque Zsa Zsa Gabor se tornou uma lenda de Hollywood

A atriz socialite morreu no domingo aos 99 anos

Ricardo Daehn
postado em 20/12/2016 08:12
Vida marada por glamour e escândalos

Antes mesmo de a expressão causar ser sacramentada, a beldade e atriz Zsa Zsa Gabor ; morta, no último domingo, aos 99 anos ; já desfrutava daquela condição, típica das celebridades. Fora dos holofotes, há praticamente duas décadas, num período em que se limitou a estar em breves comédias ou pequenas participações, como no caso da série Cybill, a ex-miss Hungria nunca deixou de ser notícia. Dona de trajetória, por vezes, triste ; a única filha, Francesa, por exemplo, morreu por causa de derrame, no ano passado ;, Zsa Zsa colecionou títulos e maridos, além de notoriedade.

Até o ataque cardíaco fatal, quando estava na mansão Bel Air (que já havia sido residência de Elvis Presley), Zsa Zsa teve histórico médico complicado, nos últimos anos. Pólvora segura para os tabloides, ela sofreu um acidente de automóvel em Los Angeles, em novembro de 2002 ; época em que muitos (erroneamente) registraram a entrada dela em coma.

Nascida em Budapeste, quando os pais lhe batizaram Gábor Sári, Zsa Zsa foi filha de soldado e, herdeira de tradições judaicas, teve na mãe uma figura de posses: Jolie herdou negócios no ramo joalheiro. Conhecida pela arte de lapidar frases arrojadas, Zsa Zsa, que teve nove maridos, ficou famosa pela artilharia verbal. ;Nunca odiei um homem, a ponto de devolver os diamantes; é uma das clássicas tiradas da atriz.

Com apenas 1,63 metro de altura, longe dos padrões para as passarelas, Zsa Zsa se afirmou por muito tempo em Los Angeles. A austro-húngara teve o auge das atuações destacado em 1952: à época, se alinhou aos talentos do astro José Ferrer e do diretor John Huston (que não lhe poupou críticas), em Moulin Rouge, além de ter aparecido em Lili, o clássico estrelado por fantoches e pela estrela francesa Leslie Caron (atualmente, com 85 anos). Estar em A marca da maldade (1958) também causou, pela grife ligada à direção de Orson Welles.

Pouco antes de figurar em O rei do circo (1954), ao lado de Dean Martin e de Jerry Lewis, Zsa Zsa atuou em O amor nasceu em Paris (Mervyn LeRoy), além de ter gravitado ao lado de Ginger Rogers e Marilyn Monroe, em Travessuras de casados (1952).

Beleza

A imagem garantiu uma exposição ocasional na televisão norte-americana, em que teve feitos. A ex-bisavó de Paris Hilton (vale lembrar que, nos anos 1940, ela foi mulher de Conrad Hilton) foi, junto com Joan Collins, das poucas participações creditadas como vilã na sessentista série Batman. Usou a lendária beleza para dar vida a Minerva. A conturbada vida pessoal da atriz veio porém a superar os feitos como atriz. Até mesmo a residência em que ela morreu guarda história: antes, morada de Elvis Presley, serviu de locações para fitas como Argo (2012) e Minha vida com Liberace (2013).
Um casamento anulado, com o advogado e ator Felipe de Alba, e a penca de seis divórcios engrossaram o arsenal de fofocas relacionadas à atriz. Filho de princesa alemã, Frédéric Prinz von Anhalt foi o último dos maridos, em união que durou 30 anos e atravessou crises como a de 1989, quando, com a carteira vencida, Zsa Zsa agrediu um policial, em Beverly Hills, e foi penalizada com trabalho comunitário.

Dos casos extraconjugais, o mais notório veio com o diplomata Porfírio Rubirosa, nascido na República Dominicana. Quase vinte anos antes do suicídio, o ator George Sanders foi casado com Zsa Zsa, antes do casamento com a irmã dela Magda. Destruí minha própria vida (1956), ironicamente reuniu Sanders e Gabor, que teve, no cinema, entre os últimos destaque em Corra que a polícia vem aí, 2 1/2 (1991).

;Até o casamento, o amor de um homem é incompleto: quando consumado, o amor é liquidado;
Zsa Zsa Gabor, atriz da Era de Ouro de Hollywood

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