Diversão e Arte

Casey Affleck é favorito ao Globo de ouro

Além do ator, nomes como Joel Edgerton e Andrew Garfield também se destacam entre os indicados

Ricardo Daehn
postado em 03/01/2017 08:36
Casey Affleck: com 'Manchester à beira-mar', há chance de consagração
O painel constituído pelos atores concorrentes ao Globo de Ouro traz um ponto em comum para os intérpretes: todos dão vida a personagens em momentos cruciais e caóticos, em circunstâncias que não conseguem dominar. Dado como favorito na disputa, Casey Affleck (sempre associado ao irmão mais famoso, Ben) é um exemplo nítido da fragilidade masculina, na trama de Manchester à beira-mar. Depois de impulsionar a carreira da atriz Laura Linney, há 16 anos, com o longa Conte comigo, o roteirista e diretor Kenneth Lonergan faz, indiretamente, o mesmo com Casey, em outro drama de família.

Generoso, o protagonista Lee Chandler (Affleck) vivencia drama pessoal da perda do irmão.

Em Boston, ele é acionado, entretanto, para cuidar do sobrinho órfão. Um raro caso, para Casey, de necessidade quase orgânica pelo papel reforçou a ;conexão imediata; e a empatia do ator com o personagem. O drama situado no nordeste norte-americano pode popularizar o ator que teve brilho em Medo da verdade (2007), em que fez um detetive particular, inconformado com o sumiço de uma menina. Na segunda indicação ao Globo de Ouro, ele concorreu antes, como coadjuvante, em O assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford (2008).

Outra carreira constituída aos poucos, mas que promete decolar, com a competição do Globo de Ouro, é a do australiano Joel Edgerton (indicado por Loving). Aos 42 anos, ele ainda experimenta o gosto do maior reconhecimento, desde o atordoante Reino animal (2010). Ator em Guerreiro (2011) e Aliança do crime (2015), Edgerton foi diretor do thriller O presente (2015). Em Loving, ele diz viver um calado ;matuto; que, nos anos 60, tem que disputar, na justiça, o direito de amar uma mulher negra. ;Ele não queria estar sob os holofotes;, resumiu o ator, para a imprensa estrangeira, dando ênfase de querer intrigar as pessoas com o silêncio extraído de um personagem verídico.

[SAIBAMAIS]Outro papel baseado na realidade ; tal qual o de coadjuvante Eduardo Saverin, em A rede social (2011) ; trouxe a segunda indicação de Andrew Garfield (o Peter Parker dos mais recentes filmes de Homem-Aranha) ao Globo de Ouro. O longa Até o último homem, no qual Garfield interpreta o médico da Segunda Guerra, Desmond Doss, marca o retorno de Mel Gibson à direção, uma década depois de Apocalypto, feito em língua maia. A ;energia dedicada à cura;, nas palavras de Garfield, foi o que moveu Doss que, sem dar um tiro batalha de Okinawa (a mais sangrenta, em território japonês), se viu condecorado, em raríssimo caso, com a Medalha de Honra.

Mais reconhecimento?

Experientes, dois candidatos ao prêmio de ator ; Viggo Mortensen e Denzel Washington ; somam 10 indicações ao Globo de Ouro. Colega de profissão de Viggo, o também diretor e roteirista Matt Ross foi quem deu chance para que ele interpretasse, em Capitão Fantástico, o viúvo e radical pai de seis filhos que aposta numa educação nada ortodoxa para a prole. ;Várias vezes, eu ria, escancaradamente, das situações ou do clima, nas filmagens, sempre surpreso pelo encaminhamento bem incomum da trama;, disse o ator, na divulgação do novo filme que rendeu outra indicação ao prêmio, depois de Senhores do crime (2007) e da personificação de Sigmund Freud, em Um método perigoso (pelo qual concorreu a coadjuvante, em 2012).

Repetindo papel e dirigindo filme que adapta peça da Broadway de 2010 Cercas, o astro Denzel Washington, aos 62 anos, pode ser consagrado, um ano depois de ter recebido o importante Cecil B. DeMille (no Globo de Ouro), pelo conjunto da obra. ;O filme traz uma história sobre família que poderia se passar em qualquer lugar e em qualquer época; trata da frustração de um marido e das escolhas feitas num terreno muito escasso em termos de opções;, comentou. É a oitava indicação ao Globo de Ouro, contabilizadas as vitórias por Glória (coadjuvante, em 1990) e Malcolm X (1993).

Renovação entre os coadjuvantes

À exceção de Jeff Bridges, que chega à quinta indicação, tendo sido vitorioso com O pescador de ilusões (1992) e Coração louco (2010), todos os outros concorrentes a melhor coadjuvante debutam nas indicações do Globo de Ouro. Confira:

Mahershala Ali, por Moonlight

Com muita base na vida real, o dramaturgo Tarell Alvin McCraney criou o mutifacetado e vivaz Juan, um temido, mas sensível, traficante de drogas de Miami. Papel provado ser sob medida para Mahershala Ali.

Jeff Bridges, por A qualquer custo

Distinguir bons e maus na trama de A qualquer custo é um desafio para o xerife Marcus Hamilton, num papel com feições de esforço, ventura e superação de estigmas, em meio a um empoeirado Texas.

Simon Helberg, por Florence: Quem é essa mulher?

Popular por The Big Bang Theory, Helberg vive o pianista inoperante no despontar da pretensa cantora de ópera encarnada nas telas por Meryl Streep.

Dev Patel, por Lion

Com histórico de ;encaixe imperfeito; na sociedade inglesa, Dev, o ator de origem indiana, disse ter se identificado diretamente com as origens do personagem Saroo que passa a ser criado na Austrália, no enredo do longa Lion.

Aaron Taylor-Johnson, por Animais noturnos

Psicopata, o serial killer feito por Aaron, Ray Marcus, rouba muitas cenas no filme estrelado por Amy Adams e Jake Gyllenhaal.


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