Diversão e Arte

Cinema bebe de videogame na estreia de Assassin´s creed

Longa protagonizado por Michael Fassbender promete quebrar a maldição de filmes baseados em jogos

Alexandre de Paula
postado em 12/01/2017 07:33

Cena do filme Assassin's creed

Filmes baseados em clássicos do videogame carregam uma herança ruim. A maioria das produções do gênero foram um fracasso na aceitação de crítica e público. Parceria da desenvolvedora Ubisoft com a 20th Century Fox, Assassin;s creed prometia redimir os antecessores e quebrar a maldição de que adaptações de jogos para o cinema não funcionam. Longe de conseguir cumprir a tarefa, o longa, estrelado pelo indicado ao Oscar Michael Fassbender, estreia hoje no Brasil.

O filme é baseado na franquia Assassin;s creed, fenômeno entre os fãs de games. Os jogos partem da ideia de que as memórias de todos os antepassados estão presentes no DNA de descendentes e podem ser acessadas por meio de uma máquina (numa espécie de realidade virtual, chamada de Animus). A partir daí, os jogos retornam ao passado e retratam o embate entre duas sociedades secretas da idade média, os Assassinos e os Templários, entre citações e participações de personagens históricos.

[SAIBAMAIS]Seguindo essa ideia central do game, o longa apresenta o personagem de Fassbender, Cal Lynch. Ele é descendente de Aguilar, um membro dos Assassinos que, nos anos 1400, teria escondido a maçã do Jardim do Éden, comida por Adão e Eva. A fruta conteria o segredo para acabar com o livre arbítrio entre os humanos.

Na trama, enquanto Assassinos lutam para manter o direito de escolha, os Templários acreditam que seria melhor exclui-lo da humanidade. A partir daí, um instituto tecnológico, ligado aos Templários, usa Cal (condenado à morte por um homicídio) para tentar encontrar o paradeiro maçã por meio do passado de Aguilar e eliminar o poder do ser humano de tomar as próprias decisões.

A ideia foi o que encantou Fassbender e o convenceu a encenar e produzir o longa. ;O que de fato me fez pensar que nos daria uma relevância extra em comparação a outros filmes deste gênero foi a ideia da memória de DNA, de que guardamos conosco as experiências, os erros e as memórias de nossos ancestrais. Foi isso que passamos a chamar de instinto;, disse em entrevista sobre o filme para a imprensa americana.

Para o ator, uma outra característica que o animou a aceitar o papel em Assassin;s creed foi o fato de não haver definições claras de mal e bem. ;Não é uma coisa maniqueísta como, vamos dizer, as trevas e a luz. As moralidades ficam bastante nebulosas e ambas as facções se contradizem e são bastante hipócritas em determinados aspectos. Eu sempre acho que é mais interessante.;

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Diretor do filme, Justin Kurzel revelou que a intenção é dar continuidade à franquia nos cinemas e produzir outros longas, mas que o projeto depende do sucesso do primeiro filme. ;Existem enormes possibilidades do que poderia ser, então não há dúvidas de que conversamos sobre para onde podemos levar a história de agora e para onde podemos levar Cal, o personagem principal. Existe muito terreno fértil aqui;, disse em entrevista.

Mau começo

Nos Estados Unidos, o longa foi lançado ainda em dezembro e não se saiu bem nas primeiras semanas. Na estreia, Assassin;s creed ficou apenas no quinto lugar. Colaborou muito para o mau começo nas bilheterias a péssima avaliação da crítica, que passou longe de aprovar a adaptação.

O fracasso histórico de filmes baseados em games e a frustração com Warcraft (outro longa que prometia redimir o gênero) em 2016 também podem ter atrapalhado Assassin;s creed. Além disso, a produção chegou nos EUA em um má hora, apenas uma semana depois do estrondoso sucesso Rogue one ; Uma história Star wars.

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