Diversão e Arte

No cinema ou na web, filmes alemãs e franceses ganham destaque em festivais

Enquanto a internet conta com a iniciativa myfrenchfilmfestival, a Embaixada da Alemanha terá sessões de cinema a cada última quinta-feira do mês

Ricardo Daehn
postado em 16/01/2017 07:00

Bang gang: limites da permissividade orientam a trama do filme dirigido pela francesa Eva Husson

No ano passado, mundo afora, o cinema francês cavou espaço, no circuito muitas vezes restritivo dos cinemas, em iniciativas como o Festival Varilux de Cinema ou ; com alcance global ;, com a difusão do myfrenchfilmfestival (em plataforma digital). O último, tendo sido disponibilizado em mais de 200 países, teve como resultado mais de 6,5 milhões visualizações.

Apenas para o Brasil (e demais países da América Latina) além de, grosso modo, para Índia e nações africanas, o festival, que se estende até o dia 13 de fevereiro, permanece gratuito. Com caráter competitivo ; exibição de uma dezena de curtas-metragens, e outra, de longas ;, o festival tem plataforma de exibição própria, mas se populariza abrigado no iTunes, Amazon e no Google.
[SAIBAMAIS]
A força da representação feminina, seja nos temas ou nas profissionais envolvidas, transparece no cardápio cinematográfico. Com o longa Bang Gang, por exemplo, a diretora Eva Husson concorreu a prêmio paralelo no Festival de Toronto. Na trama, George (Marilyn Lima) é uma moça que testa os limites da sexualidade, fazendo gato e sapato do amigo Alex (Finnegan Oldfield), até a configuração de um enorme escândalo.

Noutro filme de apelo sexual, chamado Destemida, a diretora Danielle Arbid expõe um caminho de aprendizado para Lina (Manal Issa), que quer aproveitar ao máximo a chegada dos 18 anos. Com quebra radical da visão libanesa, Lina passa a achar que um garoto apenas é pouco para curtir a liberdade. Ambientada na Paris de 1993, a fita conta com atores reconhecidos do cinema francês, entre os quais Vincent Lacoste (de Lolo: o filho da minha namorada) e Dominique Blanc (A rainha Margot).

Premiada no Festival de Roterdã, a diretora Léa Fehner participa do myfrenchfilmfestival com Ogros, que retrata andarilhos artistas que pregam breves desordens pelas viagens regadas ao amor à arte. Atriz de produções de Pedro Almodóvar, a espanhola Lola Dueñas está no elenco. Multicultural, com passagens em Nova York, Paris e Berlim, o longa Aquele sentimento do verão tem assinatura de Mikhael Hers. Na trama, a morte prematura de Sasha, levará à gradual aproximação entre Lawrence (Anders Danielsen Lie) e Zoé (Judith Chemla), antes, completos desconhecidos.

Tendo impressionado o Festival de Cannes e concorrido ao importante prêmio César, com Voyages (1999), o diretor Emmanuel Finkiel fez uma espécie de retorno, com Não sou um canalha, thriller que conta com a participação da estrela Mélanie Thierry (de A lenda do pianista do mar). No filme, depois de sofrer ataque em perímetro urbano, Eddie revê o interesse de sua apartada família. Mas, haverá revide para as pesadas acusações que ele dirige ao, aparentemente, inocente Ahmed? Outro palco de injustiça parece estar montado na trama de Impecável, no qual, sumariamente dispensada do emprego, Constance parece obcecada com a ideia de destronar Audrey, moça que galga posição antes ocupada por Constance.

Aceitação

Premiado no festival internacional reservado ao cinema independente em Lisboa, o longa O novato, de Rudi Rosenberg, testou (e conquistou) a popularidade junto ao júri dos espectadores. Tratando justamente de aceitação, o filme coloca o jovem Beno;t (o bastante talentoso iniciante Répha;l Ghrenassia) a sofrer bullying, em meio a arrogantes adolescentes. Numa festa privada, entretanto, três colegas despontam como possíveis amigos.

A família será um dos tópicos bem explorados no panorama do myfrenchfilmfestival, com ênfase em, ao menos, três fitas. A saber: Marguerite e Julien (de Valérie Donzellie) promete urdir com escândalo a representação do amor entre filhos da dinastia de um lorde, enquanto o belga preconceito contrapõe os personagens de Thomas Blanchard e Nathalie Baye, filho e mãe, na trama que trata da repressão de sexualidade. À sua completa disposição, finalmente, coloca Hanna e a bondosa família dela contra o irmão Hakin, que longe de extremos de simpatia gartuita, se liga mais em preservar tradições argelinas. O longa tem direção da experiente Baya Kasmi.

Rigor alemão

Com ciclo anual de cinema integralmente definido, a Embaixada da Alemanha começará a exibição das fitas, com Almanya ; Bem-vindo à Alemanha, de Yasemin Samdereli, no dia 26 de janeiro. O filme cerca perspectivas e, com comicidade, ajustes de gerações de turcos na Alemanha. Ainda com ênfase nos imigrantes, é impressionante como um dos títulos escolhidos, do bastião germânico Rainer Werner Fassbinder, dialoga com a atualidade. Feito há mais de 40 anos, O medo consome a alma (a ser exibido em março) descortina preconceitos europeus. À prova da sociedade está o amor entre a faxineira sessentona Emmi e o jovem marroquino Ali.

Cinema
Sessões na Embaixada da Alemanha (SCES Qd. 807, Lt. 25, 3442-7000). A cada última quinta-feira do mês, com entrada franca, às 19h.

; Veja outros títulos selecionados

Sophie Scholl ; Uma mulher contra Hitler
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A história da jovem mártir fez sucesso na Alemanha e venceu dois prêmios no Festival de Berlim ; melhor atriz e diretor. Estudante e ativista do grupo Rosa Branca, Sophie ficou conhecida por lotar caixas de correio, ao sul do país, com cartas em defesa da resistência aos nazistas. A ser exibido em 23 de fevereiro.

Oh Boy

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O tom de comédia é discreto, no filme do diretor Jan Ole Gerster todo feito em preto e branco. Tom Schilling, o ator central, na trama repleta de jazz e de infortúnios, sofre pequenos desgastes, como a caça à habilitação de motorista e certa limitação de orçamento, na trama em que tropeça em estranhos. Em outubro.

Adeus, Lênin!

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Na Alemanha Oriental, uma ativista de esquerda entra em coma e passa desacordada por todo o período das rápidas transformações políticas do país. Quando acorda, por recomendações médicas, não deve se indispôr. Daí, o filho simular a continuidade nas facções da nação alemã. A comédia aborda a política em clima fantasioso. Em setembro.

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