Diversão e Arte

Professor Marcos Fabrício Lopes da Silva lança terceiro livro de poemas

Chapa quente é uma reunião de poemas publicados na internet entre 2011 e 2015

Gabriel Shinohara*
postado em 19/01/2017 07:30
Escritor Marcos Fabrício Lopes da Silva

Marcos Fabrício Lopes da Silva é brasiliense, professor universitário, jornalista e poeta. Lançou seu primeiro livro, Dezlokado, em 2010, e o segundo, Doelo, em 2014. Já neste início de ano chegou ao público seu último lançamento, Chapa quente, uma reunião de poemas publicados na internet entre 2011 e 2015, uma estação poética determinada, como explica o próprio autor.

Foi graças à internet que Marcos começou a publicar poemas, em blogs e nas redes sociais. Em 2010, com o Dezlokado, teve sua estreia na literatura impressa e escolheu os poemas a partir de um olhar descontraído, mas sem perder o peso literário, reunindo os aforismas (poemas curtos com uma mensagem concisa) e percebendo quais eram os temas mais discutidos.

No Chapa quente, o método foi diferente. A seleção dos poemas se deu de forma premeditada, com o tema já escolhido. ;Quis fazer uma busca lá no início para saber como eu estava na época, em termos de persona, de pessoa, de fingimento. A literatura tem o compromisso com o vivido, mas também com o inventado;, explica.

Fogo

A seleção dos poemas que foram para o livro seguiram o critério amoroso, segundo Marcos. ;Tentei falar sobre amor, mas evitando um certo romantismo, uma idealização.; Os poemas sugerem o embate entre a harmonia e o atrito, e o resultado são versos potentes e cheios de intenções.

Sobre o título Chapa quente, Marcos dá duas explicações. A primeira é que as pessoas ficam quentes quando amam ou são amadas. ;O fogo é um símbolo;, explica. A segunda é nostálgica, remetendo à expressão que o autor ouvia muito durante a infância.

Atualmente trabalhando para publicar mais dois livros, o professor explica que usa o ;lirismo rústico; em todas as suas obras, ou seja, junta a linguagem mais elaborada com os ;tesouros; da linguagem coloquial. ;É bom reconhecer a poesia na linguagem popular e tornar possível uma gramática de coexistência entre as duas;, destaca.

Chapa quente
Editora Baraúnas. 63 páginas. Disponível no site da editora. Preço: R$32.

Estagiário sob supervisão de Severino Francisco


Três perguntas /Marcos Fabrício Lopes da Silva


E o cenário brasiliense?
A poesia brasiliense, a meu ver, vem procurando se mirar nos dilemas vividos pelos passageiros deste avião de cidade, englobando principalmente o modo de vida dos barrados na porta do aeroplano arquitetônico e urbanístico.

Como você vê o cenário da poesia brasileira atualmente?
Destaco, por exemplo, a ressignificação dos saraus em rodas poéticas, a proliferação dos coletivos autorais de poesia, o fecundo diálogo entre a literatura e o hip-hop, a efervescente parceria entre o fazer poético e outros sistemas semióticos e intermidiáticos.

Você indicaria alguns poetas como referência literária?
Sugiro aos companheiros de poesia uma viagem literária inesquecível através de Carlos Drummond de Andrade, Paulo Leminski, Machado de Assis, Guimarães Rosa, Conceição Evaristo, Cidinha da Silva, Cristiane Sobral, Carla Andrade, Nicolas Behr, Jorge Amancio, Noélia Ribeiro, Regina Mello, Nov@to, Marco Llobus, Diovani Mendonça, Ricardo Evangelista, Lecy Pereira Sousa, Ana Paula Rodrigues e todos aqueles e aquelas que, diante da vida, se apresentam com postura poética.

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