Gabriel Shinohara*
postado em 22/01/2017 07:00
Responsáveis por circular grande parte do cenário musical independente do Brasil, os festivais de rock vêm se consolidando, ano após ano, como um veículo de reconhecimento e estabilidade para as bandas brasileiras. Alguns com mais de 10 anos de história, como o Festival DoSol, em Natal, o Bananada, em Goiânia, o Se Rasgum, em Belém e o próprio Porão do Rock são responsáveis por iluminar as cenas locais e lançar novos nomes para o sucesso. Novas iniciativas, como o Vento Festival, em Ilhabela, apresentam novas visões sobre a cultura.
O Correio conversou com os produtores desses cinco festivais para descobrir o que eles pensam, a importância desses eventos para a cultura musical e o que artistas e público podem esperar para o futuro.
Bananada (Goiânia, GO)
Chegando à 19; edição, quatro gerações de bandas já passaram pelo festival que movimenta a cena goianiense. Mais recentemente, nomes como Black Drawing Chalks e Boogarins (foto) passaram as fronteiras brasileiras e fizeram grandes turnês pelos EUA e Europa. Outras bandas, como Carne Doce e Bruna Mendez são parte ativa do cenário da música nacional.Nascido como um espaço para as bandas dos próprios criadores tocarem, o festival se expandiu e a edição deste ano, que acontece em maio, terá mais de 70 atrações. Fabrício Nobre, um dos produtores do Bananada, afirmou que uma cena de festivais é essencial para manter a música independente viva. ;Todo mundo que tá bem no circuito da música brasileira passou não só pelo Bananada, mas pelos festivais de música do Brasil.; Entre os nomes destacados por Fabrício, estão Brvnks e Hellbenders, também os veteranos do Mechanics e Band bang babies.
Vento Festival (Ilhabela, SP)
Um dos mais novos festivais a aparecer no cenário, o Vento Festival tem o ideal de descentralizar a cultura e está com a terceira edição marcada para junho. Ligado com a cidade, o festival movimenta o comércio local na baixa temporada e estimula a produção cultural da região litorânea. Uma iniciativa de Anna Penteado e Tatiana Sobral, o mote inicial era de unir as pessoas. ;Acreditamos que a arte é um agente de transformação;, explicou Anna.Nas apenas duas edições, já passaram, pelos palcos do festival, nomes reconhecidos nacionalmente como Johnny Hooker, Karina Buhr (foto), Céu, O Terno e Tulipa Ruiz. Além dos shows, debates e palestras sobre sustentabilidade, empatia e cultura são parte da programação.
Porão do Rock (Brasília, DF)
O tradicionalíssimo festival começou, há 20 anos, como uma reunião de músicos brasilienses que não tinham lugares para se apresentar. Produzido anualmente por Gustavo Sá, o Porão continua abrindo espaço para novos artistas se apresentarem, ao mesmo tempo que traz nomes de peso para fechar as noites. ;Ele foi criado justamente para ser uma grande mostra do rock autoral de brasília;, afirmou Gustavo. A próxima edição está prevista para o início de setembro.Nos 19 anos de existência, muitos grandes nomes passaram pelos palcos do Porão. Além das brasilienses, como Scalene (foto) e Plebe Rude, o festival foi um espaço de impulsão de grandes nomes do rock nacional. ;O primeiro festival grande que a Pitty tocou foi no Porão;, lembrou o produtor.
Festival DoSol (Natal, RN)
Um dos maiores festivais do Brasil, o DoSol chegou à 13; edição do ano passado, levando 150 artistas para tocar em 14 cidades de cinco estados do nordeste. Anderson Foca e Ana Morena são o núcleo de organização do festival e também cuidam do Centro Cultural DoSol, um estabelecimento que, além de ser aberto para shows, também é um ponto de encontro e uma incubadora de bandas locais. A edição de 2017 está marcada para a primeira semana de novembro.Anderson Foca considera o centro e o festival como plataformas de desenvolvimento. ;Muitas bandas começaram no DoSol, acaba sendo uma espécie de incubadora, preparando as bandas para um outro nível;. Entre os nomes que começaram por lá, Anderson destacou Far from Alaska (foto), Camarones orquestra guitarrística, Plutão já foi planeta e a Mahmed.
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Se Rasgum (Belém, PA)
Chegando ao 12; ano do festival em novembro, o Se Rasgum é responsável por dar espaço para muitos artistas paraenses se apresentarem. A iniciativa de Marcelo Damaso e Renée Chalu tinha o intuito de colocar Belém no mapa da música. ;Achamos que já estava na hora de Belém ter um festival grande, que pudesse colocar esses artistas novos, que estavam surgindo, em um palco legal;, disse Renée.Entre os nomes mais conhecidos que passaram pelo festival, destacam-se Gaby Amarantos (foto), que tocou lá antes da carreira solo, com seu projeto Tecnoshow, o grupo Gang do eletro, o duo instrumental Strobo e o cantor Felipe Cordeiro.
*Estagiário sob supervisão de Igor Silveira
Programe-se
Bananada (Goiânia)
8 a 14 de maio
Vento Festival (Ilhabela)
Início de junho
Porão do Rock (Brasília)
Início de setembro
DoSol (Natal)
Início de novembro
Se Rasgum (Belém)
Segunda quinzena de novembro