A nova versão de um dos grupos humorísticos de maior sucesso ganha, além dos cinemas (Os Saltimbancos Trapalhões rumo à Holyywood), novo espaço nas telinhas em 2017. O projeto que pretende reviver as histórias do quarteto formado por Didi, Dedé, Mussum e Zacarias será formado por seis integrantes: os dois trapalhões ainda vivos e mais quatro jovens atores, que darão vida às criações do grupo original. O humorístico terá 12 episódios de 30 minutos cada e promete render uma bela homenagem ao grupo que estreou na TV Tupi, em 1974.
Enquanto isso, animado com o retorno do quarteto, o autor Rafael Spaca desenvolve mais um trabalho em homenagem ao grupo que tanto o inspirou. O livro As HQs dos Trapalhões deve ser lançado ainda neste ano pela editora Estronho e aborda outra plataforma de comunicação de sucesso em que embarcaram os humoristas.
Para criar a publicação, Rafael Spaca, que publicou em 2016 um livro sobre as produções dos Trapalhões no cinema, fez intensa pesquisa para entender a história do grupo. O autor conta que, nas histórias em quadrinhos publicadas pela editora Bloch, as piadas criadas pelo quarteto eram mais adultas e até mesmo politicamente incorretas; enquanto isso, na editora Abril, eles se tornaram crianças e atingiram um público que concorria com outras grandes produções para o público infantil.
;Para o livro, conversei com desenhistas, coloristas, roteiristas, toda a equipe que trabalhou para criar as histórias daquelas HQs. Terão dois álbuns com imagens inéditas e raras destas histórias;, destaca o autor, que acompanha os Trapalhões na tevê e no cinema desde a infância. ;Eles eram meus heróis. Com o passar do tempo descobri que, pela importância que eles têm, não havia quase nenhuma bibliografia a respeito do grupo e foi aí que decidi fazer do quarteto meu objeto de estudo;. A ideia do escritor é preencher essa lacuna de publicações, já que Os Trapalhões fazem parte da identidade cultural do nosso país.
Rafael Spaca conta ainda que muitas das piadas criadas para os gibis foram copiadas para os programas de televisão, onde ganhavam grande visibilidade e repercussão. Para o autor, o distanciamento histórico permite uma revisão e uma recriação mais neutra da história dos humoristas. ;Os Trapalhões foram massacrados pela crítica especializada por um longo período, artistas como Carlos Drummond de Andrade, Caetano Veloso, Millor, Chico Buarque entre outros, ajudaram a mudar esse cenário. Eles, de certa maneira, chancelaram o quarteto. Hoje podemos considerar os Trapalhões como algo cult;, declara.
Nas telonas
Publicado em 2016 por Rafael Spaca, O cinema dos Trapalhões ; por quem fez e por quem viu teve grande repercussão entre o público e os fãs saudosos do quarteto, impulsionando o autor para realizar seu novo trabalho. Para revisitar a história cinematográfica dos humoristas o escritor entrevistou mais de 130 profissionais, que o ajudaram a percorrer as criações para as telonas, entre elas, os três filmes favoritos do autor feitos pelo grupo: Os Trapalhões e o rei do futebol (por marcar sua primeira ida ao cinema), Os saltimbancos Trapalhões e Os Trapalhões nas minas do Rei Salomão.
O primeiro filme de Os Trapalhões foi realizado em 1966 e contava apenas com a dupla Didi e Dedé. Com a formação clássica (que contava ainda com Mussum e Zacarias) foram realizados 23 filmes, entre 1978 e 1990. A ideia do autor é manter vivo o legado de um dos grupos mais tradicionais e queridos pelo humor brasileiro, levando suas histórias, contadas entre as mais diferentes linguagens e plataformas, para as novas gerações.
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O cinema dos Trapalhões ; Por quem fez e por quem viu
De Rafael Spaca. Editora: Laços. Páginas: 560. Preço: R$ 60. Vendas: pelo site da editora e livrarias
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As HQ;s dos Trapalhões
De Rafael Spaca. Editora: Estronho. Ano: 2017.
Livro em produção
Sucesso no cinema
; Os Trapalhões nas Minas do Rei Salomão de 1977, com 5,8 milhões de espectadores
; Os Saltimbancos Trapalhões de 1981, com 5 milhões
; Os Trapalhões na Guerra dos Planetas de 1978, com 5 milhões
; O Cinderelo Trapalhão de 1979, com 4,7 milhões
; Os Trapalhões na Serra Pelada de 1982, com 4,7 milhões
; O Casamento dos Trapalhões de 1988, com 4,5 milhões
; Os Vagabundos Trapalhões de 1982, com 4,4 milhões