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HQ inspirada em letras do Megadeth chega ao Brasil

Cryptic writings of Megadeth tira a trama de letras dos discos Killing is my business' and business is good e Peace sells but who's buying?

Alexandre de Paula
postado em 24/01/2017 07:26
Originalmente, as HQs foram produzidas nos Estados Unidos no fim da década de 1990O som pesado do Megadeth ganhou espaço nos quadrinhos. As letras do guitarrista e vocalista Dave Mustaine, e seus tons macabros, foram mote para a criação da revista Cryptic writings of Megadeth. As adaptações foram publicadas nos EUA entre 1997 e 1998, mas só agora ganham uma versão brasileira, com 12 músicas, publicada pelo selo Metal Comics BR.

Nos Estados Unidos, a série teve quatro edições, inicialmente planejadas para terem tiragem fechada. Com o sucesso, no entanto, houve reimpressões e até edições especiais com autógrafos de Mustaine. No Brasil, todas as histórias foram reunidas em uma única revista.

Apesar de o título da HQ ser o mesmo do sétimo álbum da banda, Cryptic writings of Megadeth (lançado um ano antes da publicação original), as histórias são baseadas em canções dos dois primeiros discos da banda, Killing is my business; and business is good e Peace sells;but who;s buying?.

Wake up dead, Skull beneath, The skin mechanix e as próprias Peace sells e Killing is my business são algumas das músicas que foram adaptadas na HQ. A adaptação segue os padrões que estavam em alta na época em que foram lançadas. "Era o estilo que estava em voga nos EUA no meio dos anos 1990 e uma coisa interessante é que alguém usou todas as artes para fazer videoclipes das músicas adaptadas na revista", conta o editor Hamilton Tadeu, responsável pela edição no Brasil.

Para ele, as adaptações apresentam irregularidade. "Algumas dessas HQs do Megadeth têm acabamento melhor que as outras", opina. No todo, ele acredita, porém, que o trabalho tem qualidade. "No geral, fica sendo uma boa adaptação", completa.

Uma das características que, para Hamilton, acrescentam mais valor à obra é o fato de as adaptações fugirem da representação exata das letras e explorarem mais o universo delas. "Não é apenas a narrativa em cima da letra do músico, mas há diálogos e histórias que vão além", destaca.

Segmentação

A raridade do material é outro ponto positivo para o editor, que também ajuda a tornar realidade a publicação da revista. "Coisas raras e segmentadas são sempre boas de se lançar no Brasil. Há espaço, pois o mercado de quadrinhos não é o mesmo de 15 anos atrás e muito menos de 20 ou 25 anos quando só a Abril detinha os direitos dos heróis da Marvel e DC e vendiam dezenas de milhares de unidades", constata.

Publicar histórias em quadrinhos de bandas de rock é tarefa complicada para um editor independente, admite Hamilton, principalmente pela questão dos direitos autorais. "O caminho é ir atrás das editoras ou autores dos gibis, mas alguns nem respondem os contatos. Outras perguntam por quanto eu quero vender a revista no Brasil e por ser um preço baixo em dólares nem se interessam", conta.

Os direitos da HQ do Megadeth, conta Hamilton, foram obtidos por meio de permuta com a editora americana que publicou o material pela primeira vez. "Consegui essa revista fazendo uma troca com o editor delas dos EUA. Ele me cedia as biografias em troca que eu arrumasse um desenhista para desenhar a biografia da banda Pantera, mas como ele achou outra pessoa, eu vou achar alguém que desenhe outra coisa ainda a definir", conta.

Cryptic writings of Megadeth
HQ com adaptação de músicas do Megadeth. Metal Comics BR. 100 páginas. R$ 10. Informações: metalcomicsbr@gmail.com

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