Ludwig van Beethoven será a estrela de 2017 na temporada da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro. O compositor alemão, cuja morte completa 190 anos em março, pauta o repertório da orquestra brasiliense durante o primeiro e o segundo semestre. No programa, estão todas as sinfonias e concertos para piano, além do concerto para violino, de quartetos e sextetos.
Beethoven é um divisor de águas e um nome obrigatório no repertório de qualquer orquestra, que se preze ou não. Impossível fugir da Quinta e da Nona, talvez as partituras mais populares da música erudita romântica. Ou do vigoroso Concerto para piano n; 5, no qual está um dos segundos movimentos mais bonitos da história da música. É um repertório familiar para OSTNCS, que já executou, ao longo dos anos, todas as sinfonias do compositor.
Mas também é uma chance para o público brasiliense de conhecer, ao vivo, mais de uma dúzia de peças, incluindo as mais emblemáticas e importantes da obra de Beethoven. ;Foi um compositor essencial da discografia, da história da música clássica, tanto para os músicos quanto para as orquestras e para o cidadão comum;, explica o maestro Claudio Cohen, regente titular da OSTNCS. ;Conhecer a obra de Beethoven é uma necessidade básica para quem conhece a música. E, como este ano são 190 anos da morte, a gente vai fazer um panorama da obra dele.;
A temporada da OSTNCS tem início hoje com a abertura do balé As Criaturas de Prometeu e as Sinfonias n; 1 e n; 2. Datada de 1801 e escrita sob encomenda para um balé do bailarino Salvatore Vigano, a peça é a primeira abertura composta por Beethoven e foi criada no mesmo período em que se debruçava sobre a partitura da Sinfonia n; 1. Em quatro movimentos, a sinfonia, assim como as primeiras peças do alemão, é um exemplo do classicismo no qual ele se ancorava no início da carreira. É possível, ali, reconhecer vários dos elementos que guiaram Wolfgang Amadeus Mozart e Joseph Haydn, como a clareza e a precisão das notas. A Sinfonia n; 2 data do mesmo período, um exemplo da extrema produtividade do compositor, na época com 31 anos.
Diálogo total
Na próxima semana, é a vez da conhecida Abertura Coriolano, da Sinfonia n; 3 e do Concerto para violino e orquestra, este último com o violinista Alessandro Borgomanero. ;Esse é um dos maiores concertos compostos para violino na história da música;, avisa o violinista.
São 45 minutos divididos em três movimentos, todos engajados em um diálogo constante e ininterrupto com a orquestra. ;Ele também é o primeiro concerto para violino da história. Veio para mudar a relação entre o violino e a orquestra. É um diálogo total e foi composto no início do período romântico;, diz Borgomanero, que tem a peça no repertório há 25 anos. ;É a 18; vez que vou tocar;, calcula.
[SAIBAMAIS]O violinista coloca a peça entre os grandes concertos para violino, ao lado das composições de Jean Sibelius, Tchaikovsky e Johannes Brahms. ;Beethoven era um gênio acima da média, as melodias são muito simples e fáceis de ouvir, é um concerto muito melódico e a orquestra não é mero acompanhante;, diz.
Circuito mundial
Beethoven será destaque no repertório das grandes orquestras mundiais este ano. A Filarmônica de Nova York programou o nome do compositor até maio com peças como o Concerto para piano n; 1 e o n; 2, a Abertura Leonora e as Sinfonias n; 1, 7, 8 e 9. Na London Royal Philarmonic, o violinista Pinchas Zukerman faz o Concerto para violino e, em março, é a vez da orquestra mais importante da Inglaterra tocar as Sinfonias n; 9 e n; 5. Em maio, o pianista Danny Driver toca o Concerto n; 4 com a Royal Philarmonic. Beethoven também marca a programação da Philharmonie de Paris, com a Sinfonia n; 6, conhecida como Pastoral.
Solistas brasilienses